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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Educação de qualidade: Se a China pode, o Brasil também pode

Medidas específicas podem ser testadas em regime piloto, com boa chance de terem sua adoção recomendada em grande escala

O EXEMPLO ASIÁTICO - A China mostra que a ideia de que não pode haver educação de alto nível em cenário de pobreza é balela. No último Pisa, a província chinesa de Xangai, que tem nível de renda per capita muito parecido com o brasileiro, deu um show 
O EXEMPLO ASIÁTICO - A China mostra que a ideia de que não pode haver educação de alto nível em cenário de pobreza é balela. No último Pisa, a província chinesa de Xangai, que tem nível de renda per capita muito parecido com o brasileiro, deu um show (Philippe Lopez/AFP)
Desconfio que, à medida que o crescimento chinês for se mantendo firme em período de crise no Ocidente e sua educação continuar despontando nos primeiros lugares dos testes internacionais, muita gente vai se perguntar se devemos adotar o sistema político-econômico e educacional da China.
Com o primeiro, apesar de todas as suas virtudes, eu, pessoalmente, não me entusiasmo: para mim, a liberdade é um valor supremo, e a democracia é uma conquista inegociável.
O sistema educacional, pelo contrário, tem muito mais virtudes do que defeitos, e imagino que você deva estar se perguntando: dá pra copiar? Deveria ser o nosso modelo?
A resposta é não. Sistemas educacionais são frutos orgânicos do desenvolvimento histórico, social e cultural dos países em que estão inseridos, bem como atrelados ao seu projeto de futuro. Faria tanto sentido ao Brasil querer replicar o sistema de Xangai quanto ao Paysandu querer fazer uma cópia do Barcelona de Messi.
O que dá pra fazer é olhar para algumas medidas específicas e implementa-las em regime piloto em alguns locais do Brasil pra ver se funcionam. Somente depois de testadas empiricamente é que poderiam ser recomendadas em escala.
Se eu fosse um gestor público brasileiro, as medidas que testaria são essas:


Medida O que É por que testar
Grupos de estudo de professores Regime de reuniões semanais e quinzenais dos professores de mesma disciplina, no nível da escola e distrito, para preparar aula e compartilhar melhores práticas Há uma heterogeneidade muito grande no sistema brasileiro e um grau de autonomia exagerado para os maus professores. O grupo de professores ajuda a popularizar melhores métodos e monitorar os piores profissionais e escolas
Implantação de um professor-líder por turma Cada turma tem um professor que é o seu principal responsável, conhece os pais dos alunos, vê se todos vieram à aula, resolve conflitos etc. Permite abolir a chamada. Cria interlocução mais direta com os pais. Aumenta o senso de responsabilidade da escola perante seus alunos.
“Empowered management” As piores escolas têm sua administração substituída por profissionais das melhores escolas Resgata a qualidade das piores escolas e ainda beneficia financeiramente as melhores escolas.
Dever de casa Estipular dever de casa escrito a partir do 3º ano, começando com cerca 1,5 horas/dia e chegando até 3h/dia no fim do ensino médio, especialmente em Matemática e Ciências. Toda a pesquisa empírica mostra que o dever de casa é fundamental para a aprendizagem, especialmente em exatas. No Brasil, se faz muito pouco e muito mal. É um ritual ou punição pro aluno, não ferramenta de ensino.
Aulas de 40 minutos com intervalo de 10 minutos entre elas Ao contrário do sistema de aulas de 50 minutos sem intervalos Organiza o calendário de forma realista e coíbe atrasos de professores e alunos
Diminuição de número de funcionários fora de sala de aula Melhorar a relação professor/não-professor no sistema. O número de funcionários em relação a professores no Brasil é incríveis 5 vezes maior do que em Xangai. Enquanto houver esse inchaço, não sobra dinheiro pra gastar no que é mais importante.
Criação de prêmios para professores e divulgação dos vencedores Os melhores professores de cada disciplina recebem prêmios em suas escolas, depois competem com os da região, cidade etc. O reconhecimento da comunidade pode ser tão ou mais importante que dinheiro para motivar o professor.
Progressão na carreira vinculada a esforço e iniciativa individual Em Xangai, para ganhar mais, professor tem de não apenas mostrar competência como se comprometer a aumentar significativamente suas horas de treinamento Cria uma contrapartida para o aumento, alinhando o interesse do professor com o do aluno. E torna a promoção uma iniciativa individual, sem requerer negociações coletivas desgastantes.
Treinamento para diretores e professores Ninguém pode se tornar diretor de escola sem curso de administração escolar. E todos os professores passam por treinamento nas férias, todos os anos. A função de diretor é fundamental para o bom andamento das escolas, mas os diretores brasileiros não são preparados para o cargo. Dependemos do talento e perseverança de cada um.
Os professores precisam de atualização e acompanhamento constantes para que suas aulas não estagnem.
Criar fóruns online para professores Espaços na internet em que o professor pode interagir com colegas e com experts pedagógicos da sua área da prefeitura Diminuir o isolamento e sensação de abandono dos professores, criar uma rede colaborativa, disseminar melhores práticas de ensino e tirar dúvidas
Ter data show em sala de aula e disponibilizar materiais online Instalar aparelho de projeção, cuja imagem ocupa parte da parede antes destinada ao quadro negro A instalação do datashow aproveita melhor o tempo em aula, evitando a cópia. A disponibilização de material online ajuda mesmo os piores professores a dar uma aula competente.
Criação de currículo Fazer com que todos os professores da sua rede saibam o que têm de ensinar, aula a aula, e as competências que o aluno deve dominar ao fim de cada bimestre É impossível ter uma rede com ensino de qualidade se cada escola pode ensinar da maneira que quiser e sem clareza sobre o que precisa ser atingido
Fazer escolas de um ciclo só Ter escolas que sejam de 1º ao 5º ano, outras do 6º ao 9º e outras pro Ensino Médio Permite número maior de turmas por série e a criação de grupos de estudo de professores


Fonte: http://bit.ly/rxbN8i

sábado, 24 de dezembro de 2011

Se foi ao #TwitterMix, saberá do que falo ...

Bem, desde o primeiro Twitter Mix, já se passou pouco mais de 1 ano, mas muitas mudanças aconteceram conosco, seja internamente, na forma de pensar ou nas ações que passamos a assumir. Pelo menos, para mim, ocorreu muita coisa... coisas boas, é claro!
Acima de tudo, talvez o mais importante, foi ter conhecido pessoas excepcionais, pessoas que fizeram a diferença em minha vida. Todas, sem exceção, acrescentaram algo em mim, na minha forma de viver meus dias. Hoje sou mais pessoa, com mais conteúdo, mais alegre, sorriu mais, sou mais feliz, porque conheci tanta gente especial.
As pessoas podem provocar mudanças em nós, mesmo virtualmente, através do que denominamos "Redes Sociais", mas percebemos mais, sentimos mais quando conhecemos, presencialmente, essas pessoas.
O fato de podermos colocar os 5 sentidos em ação, na presença de alguém, faz com que ela adquira outro status... talvez uma aura, um elo de ligação muito profundo, que só pode ser entendido vivenciando o que conseguimos vivenciar em cada uma das duas edições do Twitter Mix.
Foi tudo magia!
Criou-se um elo para sempre. Amigos para sempre é o q seremos, gente!


Quem vem e soma, acaba se juntando ao que já se tinha e, por conseguinte, começa a fazer parte de nosso ser. E é por isso, creio eu, que, se somos felizes, fazemos os outros felizes e ... isso retorna, pois a nossa felicidade se agrega a do outro que compomos... é como uma espiral crescente... e assim é sempre e sempre.

Obrigada a todos vocês, por tudo que fizeram, pela mudança positiva que provocaram em mim e em muitas outras pessoas!
UM FELIZ NATAL E MAIS FELIZ AINDA 2012!!


 Foto feita por uma desconhecida, no aeroporto.
Foto @Johnguardacosta 
 Foto @Johnguardacosta 
Foto @Johnguardacosta  
Foto @Johnguardacosta  
 Foto @Johnguardacosta
  Foto @Johnguardacosta
Foto @Johnguardacosta
Foto @Johnguardacosta 
 Momento ímpar...
 Foto @Johnguardacosta
Bem, gente..tem tantas fotos q nem sei como começar a escolher. Deve fazer umas 3 horas que estou analisando todas as fotos dos dois eventos... em q aparecem pessoas, é claro!

Deixo essas apenas, para marcar a amizade....


Ps.: As fotos que não tem autor foram clicadas por mim ou, as em que eu apareço, foram clicadas por alguém que estava conosco. Neste momento não lembro mais.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011 - By Google



Zeitgeist 2011: Year In Review

Nós fizemos isso tudo!!
Somos responsáveis diretamente por todas as mudanças q acontecem. Nunca poderemos nos eximir de nada.
Como viver é fundamental, é fundamental também que aprendamos a fazer isto: VIVER!

Bom 2012 a todos!
Saibam fazer dele 12 meses inspiradores para os anos vindouros.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nós somos o que estamos dispostos a aprender

As quatro fases da aprendizagem
A aprendizagem está no interesse e o interesse está em quem quer aprender. Quando começamos a aprender algo, percorremos um caminho que parte da incompetência rumo à competência. Muitas vezes, não temos a mínima ideia sobre “como fazer” e, conforme nosso desenvolvimento progride, passamos pela fase da “plena consciência no fazer”. Já quando atingimos a excelência na atividade, alcançamos o nível de “fazer sem pensar”. Podemos, então, dividir o processo de aprendizagem em quatro fases:

Fase 1 – Incompetência Inconsciente
Eu não sei que não sei. Nessa fase, ser incompetente é algo que não nos incomoda, pois a atividade não é significativa e nem necessária.
Fase 2 – Incompetência Consciente
Agora eu sei que não sei. Ter a plena noção que não sabemos algo é o primeiro passo. Não é um caminho fácil e algumas pessoas desistem logo que percebem a complexidade da tarefa ou do conceito. Nessa fase, é preciso ter a coragem de enfrentar a dúvida, de aproveitar o erro como lição e, principalmente, transformar esse desejo de aprender em vontade de fazer. Um professor ou alguém com experiência no assunto pode ser de grande valia para a troca de experiências e motivação.
Fase 3 – Competência Consciente
Finalmente eu sei que sei. Nessa fase, existe uma sensação que alcançamos um domínio na atividade que garante uma execução eficiente. Aqui, é fundamental manter o foco no ensaiar, no treinar ou na repetição. Quanto mais treino, mais sorte tenho. Um fator determinante na evolução do aprendizado nessa fase é a sensação de prazer na execução da tarefa, pois assim, a busca da excelência é um caminho possível de ser atingido. O que não deu certo pode ser só uma etapa de aprendizagem para o que ainda está por vir.
Fase 4 – Competência Inconsciente
Não sei o quanto eu sei. Alguns estudiosos chamam essa fase de fluxo. É quando temos um desempenho estável e quase perfeito em uma determinada atividade. Nossa concentração, excelência e virtuosismo estão de mãos dadas, e temos a sensação de não perceber o tempo passar e nem nos sentimos cansados devido à tarefa. O próximo passo é começar aprender algo novo. E voltamos à fase 1…
E aqui vai uma Dicaduka: quando for aprender algo novo, tenha a noção do esforço e da dedicação necessárias para passar pela fase 2 e chegar à fase 3. Comemore seus erros, registre seus acertos e, principalmente, mantenha a disciplina. O processo de ensino-aprendizagem deve ser algo prazeroso e que nos desperte a vontade de continuar. Viver é um processo de aprendizagem eterno…

Fonte: http://bit.ly/tAHP0B 

domingo, 11 de dezembro de 2011

HISTÓRIA DO NATAL DIGITAL



Como as Redes Sociais, a web e o mobile contam a História da Natividade.
O Natal através do Facebook, Twitter, YouTube, Google, Wikipedia, Google Maps, GMail, Foursquare, Amazon...

Os tempos mudam, o sentimento continua o mesmo.

RAUL SEIXAS - CARPINTEIRO DO UNIVERSO



"O meu egoismo, é tão egoísta,
que o auge do meu egoismo é querer ajudar.
Mas Não sei por que nasci
pra querer ajudar a querer consertar
O que não pode ser..."

FELIZ NATAL... com sonhos mil e... coca-cola!!



Santa Claus sorprende a pasajeros en el aire

Lições de 40 Filmes em 7 Minutos



Porque, este momento, é tudo que tem.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quero participar da entrega do Premio #TopBlog

Pessoal, clicando no link abaixo, vocês irão par ao site "Vaquinha".
Sim é um site em que as pessoas podem ajudar financeiramente, fazendo a famosa "vaquinha".

Participar Premio TopBlog:
<<<=== Participe da minha vaquinha!

Por que eu estou pedindo esta vaquinha?
Porque o blog da ONG da Rute ficou entre os três primeiros colocados e a divulgação e entrega do prêmio será em São Paulo, no dia 17/12.

Eu quero participar da entrega do prêmio.
Quero saber se o blog da ONG da Rute ficou em 1º lugar.
Se ficou em 1º lugar eu quero estar lá para receber o troféu em mãos... pessoalmente mesmo.

Por isso estou pedindo para que ajudem enviando algum valor.
Posso contar com vocês?
Obrigada!!!
Ajudem!
-----
Por que pedir R$1.000,00?
 
A passagem de ida custa 306,00
A passagem de volta custa 301,00
Ainda tem o hotel, despesas de deslocamento e alimentação
Com certeza serão necessários R$1.000,00 para ir ao evento.
Obrigada aos que colaborarem.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O real e o imaginário na literatura: Orhan Pamuk



Orhan Pamuk, escritor turco, é Prêmio Nobel de Literatura 2006 e membro honorário da Academia Americana de Letras e Artes.

Cursou três anos de arquitetura, queria ser pintor, mas abandonou o curso e a carreira, graduando-se em Jornalismo na Universidade de Istambul. Seu primeiro romance levou sete anos para ser concluído, mas, através do terceiro livro, O castelo branco, já recebeu o reconhecimento internacional, vendendo milhões de exemplares em mais de 50 diferentes idiomas. Em sua bibliografia destacam-se Neve, Istambul e Meu nome é vermelho.

Em 2005, ameaçado por grupos nacionalistas ao criticar o silêncio do país perante a morte de um milhão de armênios durante a Primeira Guerra e a morte de 30 mil curdos nas últimas décadas, Pamuk teve que deixar a Turquia. Ao retornar a Istambul, foi acusado pelo governo de ofender a identidade nacional, sendo absolvido apenas após diversas manifestações de escritores e organizações de defesa dos direitos humanos.

Foi eleito pela revista Prospect como um dos cem maiores intelectuais do mundo em 2005 e pela Time como uma das cem personalidades mais influentes da atualidade em 2006, além de homenageado com as honrarias francesas Le Prix Médicis étranger e Le Prix Méditerranée étranger.
(Via Fronteiras do Pensamento, por email)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Projeto inédito no País destina tablets a professores de rede estadual


Trinta e sete professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental Stella Maris, de Alvorada, passam a contar a partir desta terça-feira (29) com um novo recurso para planejamento e trabalho pedagógico: o tablet Galaxy Tab, da Samsung. A entrega dos equipamentos, projeto inédito na rede pública de escolas do Brasil, será feita pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), às 10h, na sede da escola.

O projeto-piloto dos tablets para professores é uma parceria da Seduc com as empresas Samsung e Claro. Os equipamentos e a tecnologia 3G estão sendo doados pela Samsung e Claro. A empresa MSTech, contratada pela Claro, está desenvolvendo softwares educacionais para uso dos professores. A iniciativa é uma das ações do Projeto Província de São Pedro, que faz parte da modernização tecnológica, uma das prioridades da atual gestão da Seduc.

Participam do ato de entrega, na sede do colégio pela Seduc, a coordenadora Regional da Educação da 28ª Coordenadoria, Rose Freitas, representantes da Seduc e das empresas, além da comunidade escolar.

Equipamentos Os equipamentos serão utilizados por professores, para o planejamento e trabalho pedagógico. Professores da Escola Stella Maris são os primeiros a serem beneficiados com o projeto. A seleção leva em consideração a localização da escola, dentro de um Território da Paz, e a disponibilidade de sinal da empresa Claro para acesso à internet.

De acordo com o coordenador de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) do Departamento de Logística e Suprimentos (DLS) da Seduc, Daniel Pinto, o projeto-piloto na EEEF Stella Maris será avaliado pela Seduc. A análise definirá se a inciativa será estendida pela rede estadual.


Texto: Patrícia Coelho  
Edição: Redação da Secom 
Fonte: http://bit.ly/sV5Qe3

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu, entrevistada! - sábado, 26/11, 21h, na TV ALRS

Programa Personalidades


Sábados, às 21h, com reprises em horários alternativos
A cada programa um convidado especial fala da carreira e das curiosidades da vida pessoal. Uma conversa descontraída com gente que é destaque nas mais variadas áreas: artes, medicina, política, jornalismo e cidadania. Um passeio pela trajetória de inúmeras personalidades.

Bem... no próximo sábado, dia 26/11/2011, serei a entrevistada do programa Personalidades, da TV Assembleia do Rio Grande do Sul.

Acho que ficou bem legal a entrevista com cara de bate-papo, conduzida magistralmente pela jornalista Daniela Sallet (@danielasallet). Falamos um pouco de tudo, mas a maior ênfase ficou por conta do trabalho voluntário que faço no blog www.ongdarute.com, em que divulgo vagas de emprego gratuitamente.
Eu estou ansiosa para assistir. Acho que vocês também deveriam assistir.
Depois ... tipo assim, se não se importarem, quero um feedback. Pode ser? :-)

NOTA:
O programa vai ao ar no sábado, 26, às 21 horas, com reprise no domingo, às 22 horas. A TV Assembleia é sintonizada no canal 16 da NET, ou pela Internet, no link: http://www.al.rs.gov.br/tvassembleia/ .

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ainda dá para votar: Prêmio TopBlog - Encerra hoje!

E eis que, mais uma vez, o terceiro ano consecutivo, está encerrando a votação para o Prêmio Top Blog.
Em 2009, quando o blog da ONG da Rute participou pela primeira vez, alcançou o primeiro lugar, na categoria Variedades.
Em 2010, obteve o segundo lugar.
Agora estou na fase em que, o que eu quero é que o blog fique  entre os Top3.
Para isso, tem somente hoje, terça-feira, dia 22/11/11, para votar (uma data auspiciosa!). :o))
Pessoal que ainda não votou, vote. Quem já votou, ajude a divulgar.
Quanto mais votos o blog receber, mais visibilidade ele terá e maiores serão as possibilidades de mais pessoas ficarem sabendo das vagas de emprego aqui postadas...
Um voto pode significar a vitória. Que seja o teu!


Agradeço a todos que sempre ajudam na divulgação do blog e das vagas lá postadas!
Agradeço aos que, incansavelmente, ajudaram na divulgação do Prêmio TopBlog, para que as pessoas pudessem votar no blog!
Vocês ajudaram a ajudar e fizeram a diferença.
Obrigada!!

Abaixo o vídeo da entrega do prêmio em 2008.

domingo, 30 de outubro de 2011

Facebook testa teoria dos seis graus de separação: quantos nos separam um do outro

Rede social lança versão digital do clássico experimento do psicólogo Stanley Milgram e convida usuários a fazer uma mensagem chegar até um desconhecido

© violetkaipa /shutterstock

Apenas seis laços de amizade separam você de qualquer outra pessoa no mundo. Pelo menos foi a polêmica conclusão de um experimento do psicólogo Stanley Milgram (1933-1984), da Universidade Yale, feito nos anos 60. Em uma época na qual trocar informações on-line e em tempo real mais parecia enredo de ficção científica do que um futuro próximo, o psicólogo decidiu colocar à prova o clichê “o mundo é pequeno”: enviou pacotes a 160 moradores da pequena cidade de Wichita, no Kansas, e de Omaha, no Nebraska, pedindo-lhes que os mandassem para algum amigo ou conhecido que acreditassem que faria a encomenda chegar o mais rápido possível ao destinatário final – um habitante de Boston, Massachusetts. Várias das entregas chegaram, após passar por, em média, 5,5 pessoas. A hipótese de que bastam uns poucos conhecidos para constituir uma rede social muito maior do que imaginamos se popularizou rapidamente. Foi testada por outros estudiosos, que depararam com a mesma média, e inspirou o filme Seis graus de separação, de 1993.


Hoje, navegando nos domínios do Facebook ou do Twitter, não é tão difícil descobrir que um amigo está conectado a uma pessoa que, por sua vez, está ligada a outra que tem no rol de amizades virtuais um ganhador de Prêmio Nobel ou um artista de cinema. Não por acaso, algumas notícias se disseminam nessas páginas em segundos, antes de serem divulgadas pela mídia. Seria apenas coincidência ou as redes sociais retomam e reforçam a teoria de Milgram? Os sites Yahoo e Facebook decidiram levar adiante uma versão digital da experiência, mas em proporções bem menos modestas que as poucas dezenas de voluntários recrutados pelo psicólogo americano – traduzida em 13 idiomas, a página Small world convida os quase 750 milhões de usuários do Facebook a fazer uma mensagem chegar até um desconhecido de um país qualquer, selecionado pelos administradores do projeto. Para se tornar um “remetente” e participar, é necessário ter uma conta na rede social. Por que não conferir se realmente alguns poucos laços separam você de um cidadão do Camboja ou da Rússia? Basta acessar: http://smallworld.sandbox.yahoo.com/.

Fonte: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/seis_graus_de_separacao.html

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Think different


Isto é para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. As peças redondas nos buracos quadrados. Os que vêem as coisas de forma diferente. Eles não gostam de regras. E eles não têm nenhum respeito pelo status quo. Você pode citá-los, discorda-los, glorificá-los ou difamá-los. Sobre a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Eles empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os vêem como loucos, nós vemos gênios. Porque as pessoas que são loucos o suficiente para achar que podem mudar o mundo, são as que de fato, mudam. - A Apple Inc.

"Here's to the crazy ones. The misfits. The rebels. The troublemakers. The round pegs in the square holes. The ones who see things differently. They're not fond of rules, and they have no respect for the status quo. You can quote them, disagree with them, glorify and vilify them. About the only thing you can't do is ignore them because they change things. They push the human race forward. And while some may see them as crazy, we see genius. Because the people who are crazy enough to think they can change the world, are the ones who do."

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Redes sociais têm (todo) poder sobre conteúdo publicado pelo usuário

Sabe aquela foto do seu cachorro que fez sucesso entre os amigos no Facebook? E se ela fosse usada em uma propaganda, sem que você fosse consultado nem recebesse nada por isso? Pode?
Em teoria, sim. E, se você achava que não, é porque nunca deu atenção aos termos de uso e às políticas de privacidade da rede social.
Tal regra não é exclusividade do Facebook. Quem tem conta no Twitter, no Google+ ou no Orkut permite, ao clicar "li" e "aceito" no cadastro, que esses serviços usem, quase sem restrições, as informações pessoais ali publicadas --até para integrar anúncios. Apesar de prevista nas letras miúdas do regulamento dos quatro sites, essa política não torna nenhum deles responsável pelo conteúdo publicado por usuários, como ficou claro em decisão do Superior Tribunal de Justiça.
Na semana passada, a corte isentou o Google de indenizar um usuário que teve um perfil falso criado no Orkut. Decidiu-se que os sites não são obrigados a fiscalizar previamente o conteúdo.
"O provedor só é responsável, se, depois de notificado, não tomar nenhuma atitude", diz Victor Haikal, especialista em direito digital do escritório PPP Advogados.
Os contratos têm outros pontos controversos, como a liberdade que as redes têm de alterar as regras a qualquer momento, sem notificar os usuários, e alguns insólitos, como a restrição (legalmente nula no Brasil) de uso do Facebook por quem já cumpriu pena por crime sexual.
Quem possui contas nessas quatro redes sociais supostamente leu mais de 160 mil caracteres de regras.
Como mostra o quadro abaixo, é mais do que Gabriel García Márquez precisou para, em 1981, contar a "Crônica de uma Morte Anunciada".

Editoria de Arte
SEM DESCULPA
A extensão dos contratos não atenua as consequências da quebra das cláusulas. Ao aceitar os termos sem lê-los, o usuário "foi negligente", diz Haikal. "Você precisa cumprir o contrato. 'Ah, é arbitrário...' Mas você concordou."
Em julho, o programador Michael Lee Johnson publicou anúncio no Facebook para ganhar seguidores no Google+. Todos os seus anúncios foram removidos da rede social.
A exclusão está amparada pelo contrato do Facebook, segundo o qual o site pode remover "qualquer anúncio, por qualquer motivo".
Outro item polêmico que aparece nos contratos é o compartilhamento de informações com terceiros. Quem entra numa rede social por meio de um aplicativo criado por outra empresa autoriza que esta veja seus dados.
Mudanças nas ferramentas oferecidas, se amparadas pela lei, também podem ser feitas à vontade, já que os termos não detalham cada serviço. Há alguns anos, o Orkut criou, sem notificação, um recurso que permite ao usuário ver quem visitou seu perfil. A novidade irritou internautas.
"Temos um compromisso com a transparência, e o recurso foi introduzido nesse sentido. O usuário poderia ativar ou desativar essa funcionalidade quando quisesse", diz Felix Ximenes, diretor de comunicação e políticas públicas do Google Brasil.

Editoria de Arte
Fonte: http://migre.me/5LE3o

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Para explicar o amor Chico cita Montaigne


"Acho a coisa mais simples, mais definitiva, pra explicar o amor entre duas pessoas: gostava dela porque era ela, porque era eu."

Amor e seu tempo - Carlos Drummond de Andrade


Amor e Seu Tempo
Carlos Drummond de Andrade

Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe

Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O que faz do HTML5 especial

O HTML5 promete deixar a internet mais funcional e interativa. Ele objetiva transformar a World Wide Web de páginas relativamente monótonas e estáticas em um campo cheio de aplicativos web – tão convincentes quanto as versões para desktop – rodando em browsers.
Colocado de outra maneira, o HTML5 representa o progresso da linguagem básica que domina a internet. É o link comum que browsers e servidores compartilham quando eles trabalham juntos para renderizar páginas e aplicativos através de plataformas como desktop, laptop, tablet ou smartphone.

Padronizando como páginas são analisadas

Desde o início da era da internet tem existido a necessidade de uma linguagem de códigos comum que cada computador e servidor pudessem usar para comunicar a estrutura e o layout da página. O Hypertext Markup Language (HTML) tem servido como esta forma unificadora de comunicação, mas como padrão ele tende a definir tags, como ou
, e as deixava para os browsers ou outros determinarem como usar a tag, especialmente no que diz respeito aos erros de código. O HTML5 mudou esse paradigma.
Patrick H. Lauke é membro da equipe de relacionamento com desenvolvedores no Opera, o broswer web. Ele afirmou – bem sucintamente – a diferença entre HTML5 e versões anteriores do HTML em um artigo da .Net Magazine em fevereiro, dizendo que “as especificações do HTML5 tem muito mais detalhes – não apenas definindo vários  elementos de markup para os autores, mas também descrevendo exatamente como a markup deve ser analisada”. Dessa maneira, o HTML5 pode ajudar a unificar a renderização através de browsers e plataformas.

Construindo com o que você tem

Em 2004, o World Wide Web Consortium (W3C), que é o corpo de padronizações da web, fez de tudo - só faltando acabar com o HTML - e estava procurando outros caminhos para o futuro da web. Mas algumas pessoas da indústria pensaram que fazia mais sentido expandir o HTML, codificar algumas de suas melhores práticas – até aquelas que tinham sido consideradas inválidas nas iterações anteriores da especificação – incluindo recursos específicos para vendedores, e expandindo a linguagem de modo que o HTML poderia ser usado para desenvolver aplicativos web completamente prontos.
Um novo grupo, o Web Hypertext Applications Technology Working Group (WHATWG), foi formado por pessoas da Apple, do Mozilla, e do Opera para desenvolver uma extensão evolucionária do, até então, padrão HTML. Este projeto seria conhecido como HTML5.
De acordo com o web book de Mark Pilgrim, "Dive into HTML5" (Mergulhe no HTML5), o projeto WHATWG do HTML5 tinha sete princípios básicos:
  • Compatibilidade retroativa com um caminho claro de migração
  • Gerenciamento de falhas bem definidos
  • Os usuários não deveriam ser expostos aos erros do autor
  • Utilidade prática
  • Dispositivo e apresentação de scripting neutro
  • Agnosticismo de Dispositivo
  • Um processo aberto 
Estes princípios tornaram a proposta de evolução do HTML5 especial. Primeiramente, devido à compatibilidade retroativa. O HTML5 não precisa que os desenvolvedores aprendam algo novo. Se o usuário pegar um documento HTML 4.01 e mudar seu tipo de documento para HTML5, ele ainda vai funcionar e validar o arquivo. Além disso, o fato do HTML5 especificar como lidar com as falhas e a análise de tags, resulta em maior consistência, não importando se a página é mostrada no Firefox em um laptop, ou no Opera Mini em um telefone celular.
Eventualmente, o W3C e o WHATWG se juntaram no HTML5 e agora ambos estão buscando uma rápida implementação. A maioria dos browsers modernos, incluindo o recém lançado Microsoft Internet Explorer 9, suporta os recursos mais estáveis do HTML5, o que significa que muitos dos recursos do HTML5 podem ser usados agora mesmo.

Application Programming Interfaces do HTML5

A consistência e a utilidade que o HTML5 oferece é o suficiente para torná-lo intrigante. Mas o seu conjunto de recursos e controles associados, que estão acessíveis através de varias application programming interfaces (APIs), deixa a especificação excepcional.
De maneira simples, para a maioria das tags do HTML5 existe um API baseado em  JavaScript que permite que os desenvolvedores tenham um controle bem específico de como a tag é gerenciada, ou analisada. Dessa maneira, páginas que usam o HTML5 podem se tornar bem mais dinâmicas.
Um exemplo marcante é a canvas tag do HTML5, que age como um container para gráficos gerados a partir de scripts. Usando o canvas e o canvas API, é possível criar gráficos dinâmicos, uma vez que o usuário interage com a página.

Esses gráficos foram todos gerados usando o canas do HTML5 e a biblioteca de gráficos RGraph JavaScript/HTML5
O Canvas também pode ser usado para criar aplicativos de jogos online, ou para celular, como o “Pirates Love Daisies”, ou criar outros gráficos customizados para web.

Jogo ‘Pirates Love Daisies’, de Grant Skinne, usa Canvas do HTML5 para a geração de gráficos.
O HTML5 também inclui tags de áudio e vídeo que permitem ao browser reproduzir filmes, vídeos de demonstração de produtos, ou podcasts sem o uso do Adobe Flash, Microsoft Silverlight, ou outros tipos similares de plug-ins. Mais uma vez, criaram um API de áudio e vídeo que garante um controle bastante especifico aos desenvolvedores de como as tags de áudio e vídeo são apresentadas para os usuários.

HTML5 fornece aos desenvolvedores controle específico sobre o player de vídeo nativo.
Um outro exemplo de como o HTML5 vai além no quesito funcionalidade e utilidade, retirado do livro de Pilgrim:
"Aqui está um exemplo concreto: O HTML5 suporta todas as formas de controle do HTML4, mas também inclui novos controles de entrada. Algumas dessas novidades estão bastante atrasadas, como sliders e date pickers; outros são mais sutis. Por exemplo, o input para digitação de email se parece com uma caixa de texto, mas os browsers de dispositivos móveis irão customizar o teclado na tela de maneira que seja mais fácil digitar o endereço de email. Browsers mais antigos, que não suportam a entrada de endereço de email, vão tratá-los como um campo normal de texto e o formulário funciona sem mudanças nas markups ou scripting hacks. Isso significa que o usuário pode começar a melhorar seus formulários web hoje, mesmo se alguns de seus visitantes estão presos no IE 6". 

O nome HTML5

É importante notar, também, que o nome, HTML5, tem evoluído. Ele se refere, estritamente, à especificação W3C/WHATWG mencionada acima. Mas muitos na indústria têm estendido seu significado para incluir um conjunto de tecnologias para web que, coletivamente, fazem a internet mais “aplicativa”. Estes incluem a especificação HTML5 adequada, a geocalização (que começou como parte do HTML5, mas evoluiu para um padrão separado) e o CSS3 com todos seus novos recursos e capacidades.

O que faz do HTML5 especial

Resumindo, o HTML5 é especial porque faz a internet melhor. Ele buscar melhorar a maneira que a web funciona, facilitando a criação de sites incríveis para os desenvolvedores, e tornando a experiência destes sites mais eficiente para os usuários, independente do browser ou da plataforma que eles estão usando.

Fonte: http://imasters.com.br/artigo/21993/web-standards/o-que-faz-do-html5-especial

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O Ócio Criativo – Domenico de Masi vislumbra o que podemos esperar do futuro

Livro: O Ócio Criativo - Clique e compre


Domenico De Masi, o que você pode esperar do futuro, na vida, na carreira e no mundo ?
Para os próximos 20 anos, vislumbro dez tendências relacionadas ao trabalho e à vida. Por que dez? Porque precisamos de modelos. E que modelo melhor que Deus e seus dez mandamentos?
1. Longevidade: A Aids, o analfabetismo e boa parte dos tipos de câncer serão debelados. A inseminação artificial estará na ordem do dia. O dióxido de carbono na atmosfera será mínimo. Os cegos verão através de aparelhos. Transplantes de órgãos, naturais e artificiais, permitirão viver mais. Passaremos dos 100 anos, e com boa saúde.
2. Tecnologia: Um único chip será mais potente do que todos os computadores juntos do Vale do Silício de hoje, terá o mesmo tamanho que um neurônio e custará 1 centavo. Todo o trabalho intelectual repetitivo será executado por máquinas, como ocorreu com o trabalho manual neste século.
3. Trabalho e formação: Será cada vez mais difícil fazer uma distinção precisa entre trabalho, estudo e tempo livre. A educação, intensa e permanente, ocupará boa parte da vida. Os horários perderão importância. O que contará no trabalho serão os resultados, não o tempo para fazê-los. A remuneração será calculada de acordo com o valor agregado e as metas atingidas. Haverá, decerto, um novo pacto social para redistribuir a riqueza, o trabalho, o conhecimento e o poder. Uma guerra sem cartel será travada entre a criatividade e a burocracia. Ninguém vai fazer trabalho braçal por mais de cinco anos. Donas de casa e estudantes devem ser remunerados, assim como os desempregados. Trabalhos voluntários e obras sociais estarão por toda parte.
4. Onipresença: Estaremos em contato com qualquer um, em qualquer lugar, por celular e Internet. À distância, aprenderemos, trabalharemos, amaremos e nos divertiremos. Corremos o risco de nos tornarmos virtuais demais, por falta de contato direto com outras pessoas. O sedentarismo desse modo de vida pode nos tornar obesos. Mas a cirurgia plástica resolverá isso – modificaremos o corpo e a fisionomia a bel-prazer. Graças a novos remédios, controlaremos ou melhoraremos nossos sentimentos.
5. Tempo livre: A maior longevidade e o apoio da tecnologia aumentarão as horas de ócio. Ironicamente, o problema do próximo século será como ocupar o tempo livre de forma a evitar o tédio. Cresceremos intelectualmente? Tenderemos à criatividade ou à dispersão? Prevalecerá a violência ou a harmonia? São perguntas ainda sem resposta. O que se pode afirmar é que teremos de nos preparar para ocupar o tempo livre da mesma forma que nos preparamos hoje para trabalhar.
6. Androginia: As mulheres estarão no centro da sociedade. Valores considerados femininos (emotividade, subjetividade, flexibilidade) serão incorporados pelos homens. No estilo de vida, prevalecerá a androginia.
7. Estética: Como a perfeição técnica deve ser um requisito, o que vai fazer a diferença são as qualidades formais. Ou seja, forma vai ser tão ou mais importante que conteúdo. Daí as atividades estéticas virem a ser valorizadíssimas – assim como ocorre hoje com as científicas.
8. Ética: Numa sociedade voltada à prestação de serviços, a fidelidade do cliente será a maior vantagem competitiva. A ética de um profissional será seu mais alto patrimônio. Apenas os homens de caráter vencerão nesse mundo. Da mesma forma que a sociedade industrial é relativamente menos violenta do que foi a medieval, a sociedade pós-industrial será menos violenta do que a industrial.
9. Subjetividade: Mais do que hoje, o que diferenciará profissionalmente uma pessoa da outra serão seus gostos e seu comportamento. As pessoas devem fazer só as coisas pelas quais se apaixonem e só trabalharão em áreas que as motivem. A motivação será um fator muito competitivo.
10. Qualidade de vida: As pessoas não aceitarão trabalhos que as impeçam de viver bem. Uma vez que viver mais será fato consumado, a preocupação será como viver e não o quanto viver. Estarão em alta a disponibilidade de tempo, de espaço, de autonomia, de silêncio, de segurança e de convivência.

Trecho extraído do livro O Ócio Criativo, de Domenico de Masi
Fonte: http://bit.ly/nboqbt 

domingo, 28 de agosto de 2011

Não pire nas redes sociais - se é que isso seja possível....

Jessica H. Lawrence, ao deixar seu emprego no Girl Scouts do distrito de San Gorgonio em Redlands (Califórnia) para começar um nova vida em Nova York, chegou na cidade, no final de janeiro, sem emprego, apartamento ou alguém para mantê-la aquecida nas noites de inverno.
Mas, em menos de seis meses, ela encontrou todos os três --e tudo isso graças ao Twitter.
O emprego surgiu após uma mensagem inspiradora de um amigo no Twitter que a fez participar do encontro NY Tech Meetup, onde ela se candidatou para um emprego e se tornou a diretora-executiva.
Ela encontrou um apartamento depois de enviar uma mensagem no Twitter ao fundador do restaurante Midnight Brunch. Isso acabou se transformando em um convite e --depois do encontro com os donos da casa revestida de pedra, onde as refeições são servidas-- no apartamento do subsolo também.
Quanto ao namorado, um dos fundadores do clube do vinho Noble Rot, ela o conheceu quando começou a seguir o clube no Twitter. Na próxima semana, eles vão se mudar para um apartamento em Williamsburg.
"Então, você pode ver por que eu tenho esse amor eterno pelo Twitter", disse Lawrence, 32. No entanto, sua devoção a uma rede social não é um ato de sentimentalidade --é parte de uma cuidadosa estratégia de combate à exaustão nas redes sociais. Em um tempo no qual qualquer pessoa com acesso à internet deve se dedicar a diversos sites de relacionamento e manter um emprego durante o dia, Lawrence decidiu concentrar-se em um único site em vez de se desdobrar além de seus limites sobre meia dúzia deles.

                     Hiroko Masuike/The New York Times
Jessica Lawrence, que optou por usar apenas o Twitter, em seu apartamento em Nova York
Jessica Lawrence, que optou por usar apenas o Twitter, em seu apartamento em Nova York

A pressão implacável para participar das mais novas redes sociais tornou-se destaque em junho com o lançamento do Google+, o site de relacionamento do Google. De acordo com a Nielsen, as redes sociais são atualmente a atividade on-line mais popular, superando o envio de e-mails, as pesquisas na internet e a participação em games.
Colocando de outra forma: um em cada quatro minutos e meio gastos na web é dedicado aos sites ou blogs de relacionamento. E, no ano passado, o visitante comum gastava 66% mais tempo nesses sites do quem em 2009, quando os primeiros adeptos já estavam se sentindo digitalmente exaustos.
"Eu estou com sobrecarga tecnológica", disse Lawrence, que tem contas no Facebook e no LinkedIn, mas que quase não as usa mais. "Eu já sinto como se estivesse vivenciando uma morte lenta por e-mail." Mesmo adorando tecnologia e usando o Google+ desde o seu lançamento, "estou tendo muita dificuldade para justificar a inclusão de outra ferramenta social para o meu kit de ferramentas", disse ela.
Mas qualquer tentativa reducionista feita por internautas cansados é complicada devido à proliferação de sites como o Klout e o PeerIndex, que estão ativamente calculando a influência dos usuários e ranqueando-os em uma hierarquia on-line. (No Klout, cada usuário recebe uma pontuação entre 1 e 100. Se você estiver na faixa dos 20 pontos, está na média; se tiver algo próximo de 40, você está sendo seguido de maneira saudável; se a sua pontuação for 100, você é o Justin Bieber).
Dependendo da pessoa em questão, isso é algo fantástico ou assustador. No futuro, marcas e até potenciais empregadores poderão tomar decisões a seu respeito com base em sua pontuação. (Algumas empresas, como a Virgin America e o Palms Hotel and Casino em Las Vegas, fizeram testes com o Klout.)
Os usuários mais ativos e organizados das redes sociais têm rotinas diárias para aprimorar suas identidades digitais. Geralmente, essas rotinas dependem de automação e distribuição. Por exemplo, sites como o Ping.fm, o OnlyWire e o Hellotxt permitem que os usuários publiquem o mesmo conteúdo em vários sites de relacionamento com um ou dois cliques no mouse. Outros sites, como o Buffer, o SocialOomph e o TwitResponse, possibilitam que os usuários escrevam posts com meses de antecedência e os agendem para serem publicados em uma data futura.
"Automação, tanto em termos da data em que o conteúdo é disponibilizado quanto distribuído, é o que me impede de enlouquecer", disse Josh Kaufman, autor de "The Personal MBA: Master the Art of Business" (O MBA pessoal: domine a arte dos negócios, na tradução literal). "Caso contrário, isso seria simplesmente impossível de gerenciar."
As contas do Facebook e do LinkedIn de Kaufman estão ligadas à sua página do Twitter. Então, quando ele publica uma atualização no Twitter, ela aparece em todas as suas três contas. "E, quando eu conseguir descobrir como fazer para transmiti-la para o Google+, eu o farei também. "Será que eu preciso ter o controle de mais alguma coisa?", disse ele imaginando.
A resposta é não, mas, por enquanto, Kaufman, 29, residente de Fort Collins (Colorado), tem reservado para sua rotina em redes sociais menos de 30 minutos todas as manhãs (na verdade, exceto pelo dia em que cortou a sua lista indigesta das pessoas que seguia no Twitter de 1,5 mil para 85).
Dito isso, ele mantém os painéis das redes sociais abertos em seu computador o dia todo a fim de absorver as suas informações gotejantes. Por trabalhar sozinho, ele gosta do "efeito bebedouro" dos feeds de seus amigos: a facilidade com que ele pode dizer olá para alguém distante, mesmo que apenas por um momento.
Quando ele precisa se concentrar, ele confia no Freedom, um aplicativo de produtividade capaz de bloquear a internet por um período de até oito horas. Alternativamente, ele configura o seu computador de modo que, ao tentar desviar seu browser para, digamos, o Google+, o computador o direciona, em vez disso, para uma página no desktop.
"Se você usa sua força de vontade uma vez para mudar o ambiente", disse ele, "não é preciso ter disciplina".

Editoria de Arte / Folhapress
Alguns usuários acreditam que todas essas redes sociais acabam levando a uma alienação.

"Eu prefiro passar o tempo com alguém em um restaurante em vez de passá-lo no Foursquare dizendo às pessoas 'Eu estou no restaurante'", disse Graham Hill, 40, fundador do site TreeHugger e do concurso de design LifeEdited. Falando de uma cabana no Canadá sem serviço de internet, ele disse que usa o Twitter e o Facebook e que está bisbilhotando o Google+. No entanto, Graham se esforça para ser eficiente.
Por exemplo, ele lê um livro no Kindle, faz o upload das citações e das ideias inspiradoras em sua conta da Amazon para, em seguida, editá-las em forma de posts no Twitter, os quais agenda para serem publicados ao longo de muitas semanas por meio do serviço de monitoramento HootSuite.com.
Algum dia, ele espera contratar alguém para editar e publicar conteúdos em seu lugar a fim de que seja possível passar mais tempo off-line.
"Os momentos intermediários são importantes", disse ele, referindo-se aos momentos ociosos da vida, como esperar na fila do banco ou tomar um táxi, "momentos em que você deveria estar consigo mesmo em vez de tentando estar em algum lugar no qual não está."
Muitas pessoas escolheram desintoxicar-se das redes sociais ou optaram por saírem delas simplesmente para voltarem mais tarde. Lawrence afirma que analisa todos os sites de relacionamento fazendo a si mesma uma única pergunta: "Isso irá melhorar a minha vida?".
Cada site de relacionamento tem a sua própria cultura, disse Brian Solis, diretor do Altimeter Group, uma empresa de pesquisa tecnológica, e autor do livro "The End of Business as Usual" (O fim dos negócios como costumavam ser, na tradução livre). Mas cada cultura não é certa para cada pessoa.
"O valor está nos olhos de quem vê", disse Solis, acrescentando que uma pequena porcentagem de leitores de seus sites de relacionamento afirma estar sofrendo de fadiga das redes sociais. E eles costumam tomar um segundo fôlego.
"Todas as pessoas ainda estão falando sobre requerer a falência do e-mail", disse ele. "Mas, no final do dia, você continua a usá-lo."
 
Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
Fonte: http://bit.ly/pwp0XL
 

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Pesquisa indica 'cansaço de redes sociais' em usuários (Será??)

(Penso que pode estar havendo uma maior conscientização quanto ao uso das redes. As pessoas estão deixando de ser "viciadas", para se tornarem pessoas que aprenderam a fazer um bom uso das redes, e descobriram que, para isso, não é necessário passar 24 horas em frente ou dentro delas. Isso é o que eu peno sobre o assunto. Rute)



Usuários mais jovens usam mais as redes sociais que os usuários mais velhos
Uma pesquisa realizada por uma consultoria especializada em tecnologia da informação identificou "sinais de fadiga" no uso de redes sociais, como Facebook, Orkut e Twitter, entre segmentos de usuários em diversos países.
A pesquisa da consultoria Gartner ouviu 6,3 mil pessoas entre 13 e 74 anos de idade, em 11 países desenvolvidos e emergentes, incluindo no Brasil.
Do total, 37% dos respondentes disseram ter aumentado o uso de redes sociais, principalmente entre os mais jovens.
Por outro lado, 24% disseram que estão usando as redes sociais menos do que no início.
"A pesquisa mostra uma certa fadiga das redes sociais entre os usuários mais antigos", disse o diretor de pesquisas da Gartner, Brian Blau.
"O fato de 31% do grupo na categoria 'aspirantes' (mais jovens, que circulam por vários ambientes e com uma percepção mais aguçada sobre as marcas) indicarem que estão cansados de redes sociais é algo que os provedores dessas redes devem monitorar, porque eles precisarão inovar e variar para manter a atenção do consumidor", avaliou.
"Os conteúdos de marca precisam ser inovadores e capazes de capturar a atenção das pessoas imediatamente. A nova geração de consumidores é incansável e tem uma janela curta de atenção, e é preciso muita criatividade para criar impacto significativo."

Privacidade
Para os entrevistados, a exposição da privacidade é a razão mais forte para desistir de usar as redes sociais. Em seguida, vem a superficialidade dos comentários postados por outros usuários.
Em seguida, a questão da privacidade volta, com os usuários dizendo que usam menos as redes sociais porque não querem que os seus contatos saibam demais sobre a sua vida.
"Os adolescentes e jovens na faixa dos 20 anos de idade têm muito mais probabilidade de dizer que aumentaram o uso das redes sociais", disse a especialista que coordenou a pesquisa, Charlotte Patrick.
"Na outra ponta do 'espectro do entusiasmo', as diferenças etárias são muito menos marcadas, com uma proporção consistente de pessoas dizendo que estão usando menos as redes sociais."

Brasil
A pesquisa ouviu 581 pessoas no Brasil, onde o Orkut ainda é o líder de usuários, seguido pelo YouTube e pelo Facebook.
"O Brasil é normalmente é citado como um dos países que adotam com entusiasmo as redes sociais, mas nossa amostra de respondentes não exibiu essa tendência forte de uso", afirmou a pesquisa.
"O uso foi médio, centrado principalmente no Orkut e no Facebook, com uma das taxas mais altas de uso de Internet Messenger e sites de chat entre os usuários com até 40 anos."
Entre os usuários brasileiros, a pesquisa notou um nível maior de preocupação com a privacidade que outros países.
Entre os entrevistados brasileiros, 46% se disseram preocupados com o tema, ante uma média geral de 33% de usuários.

Fonte: http://bbc.in/qplhLz

Popularidade do Twitter dá origem à arte da hashtag perfeita


Com a crescente popularidade do site de microblogs Twitter, existe hoje uma busca por maneiras de se resumir tópicos quentes com a inclusão, na mensagem, da chamada "hashtag" perfeita.
Na Grã-Bretanha, algumas das hashtags mais populares dos últimos tempos foram #hackgate, uma referência ao escândalo das escutas telefônicas que resultou no fechamento do tabloide News of the World, e #oneyeartogo (em tradução livre, falta um ano), marcando a contagem regressiva de um ano até as Olimpíadas de 2012 em Londres.
O uso da hashtag ocorreu de forma espontânea pelos usuários do Twitter
O símbolo #, conhecido no Brasil como "jogo da velha" e cujo nome em inglês é hash, é usado como um marcador para palavras-chave ou tópicos dentro de uma mensagem (ou tweet). Seu uso foi criado de forma espontânea pelos usuários do site para categorizar as mensagens.
Quando o usuário clica em uma hashtag em qualquer mensagem, obtém acesso imediato a todos os outros tweets enviados sobre aquele assunto.
Digitar a hashtag no mecanismo de buscas do Twitter também permite ao usuário localizar mensagens que a incluem, possibilitando um agrupamento de notícias sobre um mesmo tema.

Campeãs de Popularidade
Entre as hashtags mais populares do Twitter está #thingswelearnedontwitter (coisas que aprendemos no Twitter). Essa hashtag tende a ser incluída em tweets contendo micro-lições de sabedoria, como, por exemplo, "escrever de forma coerente usando 140 caracteres ou menos é uma forma de arte".
Outra favorita é #getsonmynerves (isso me irrita), incluída, por exemplo, no tweet "people really like to take pictures of their food" (as pessoas realmente gostam de fotografar sua comida).
Entre os britânicos, a hashtag #stayonyourfeet está entre as favoritas do ano.
A frase, que quer dizer "fique em pé" em tradução livre, foi usada por um comentarista de futebol inglês durante um jogo da Liga dos Campeões entre o time espanhol Real Madrid e o inglês Tottenham Hotspur.
O comentarista pedia aos jogadores que não se atirassem no chão para simular faltas. Mas repetiu a frase tantas vezes que a expressão acabou virando piada.
Incorporada pelo jogador inglês Rio Ferdinand em um dos seus tweets - Ferdinand tem mais de um milhão de seguidores no Twitter - a hashtag tornou-se um super hit.
O serviço de monitoramento de tweets Topsy.com disse que, desde o jogo, em abril, a expressão foi incluída em 42 mil tweets e o número continua subindo.
Ferdinand está agora vendendo camisetas com a hashtag.
O site registra hoje 200 milhões de tweets por dia - no ano passado, eram 95 milhões

Mais política e, possivelmente, mais ofensiva, foi a hashtag contendo um palavrão usada pelo blogueiro americano Jeff Jarvis para desabafar sua raiva contra os congressistas dos Estados Unidos durante as negociações para a elevação do teto da dívida americana.
"Hashtags são abertas e profundamente democráticas", escreveu Jarvis em seu blog após a hashtag ter se tornado viral. "As pessoas se agrupam em torno de uma hashtag."
"Hashtags permitem que nos reunamos em torno de tópicos, eventos e ações em várias plataformas. (...) É singular que algumas pessoas tenham feito lobby para que eu mude a hashtag, como se eu pudesse controlá-la."
O site Topsy.com disse que a hashtag já foi incluída em 120,000 tweets.

Sarcasmo
Do seu quarto na cidade inglesa de Luton, a estudante Sanum Ghafoor, de 19 anos, criou a hashtag #blamethemuslims (a culpa é dos muçulmanos) após observar a cobertura feita pela mídia dos ataques ocorridos recentemente na Noruega.
"Primeiro, era um ataque terrorista da Al-Qaeda", disse Ghafoor à BBC. "Depois, quando descobriram que (o responsável) era um norueguês, os comentaristas decidiram que se tratava de um plano originado no próprio país, porém inspirado na Al-Qaeda. Quando ficaram sabendo que o assassino era louro e tinha olhos azuis, decidiram que ele era um muçulmano convertido, inspirado pela Al-Qaeda. A culpa era automaticamente dos muçulmanos, então criei a hashtag".
A intenção de Ghafoor era, sarcasticamente, culpar os muçulmanos por absolutamente tudo. A hashtag circulou o planeta, sendo incluída em mais de 165 mil tweets - segundo dados do Topsy.com.
Muitos se ofenderam, mas muitos simplemente aderiram à piada.
Por exemplo: "A bateria do meu telefone está acabando #blamethemuslims".

Twitter
Hoje, o site Twitter gera mais de 200 milhões de tweets por dia. Em dezembro do ano passado, o índice era de 95 milhões.
O site monitora o volume de termos mencionados constantemente. Tópicos cujo uso sobe de forma dramática são incluídos nos "trending topics" (uma lista de tendências).
E embora o site não tenha hashtags favoritas, revela os tópicos que geraram o maior número de tweets por segundo.
O recorde mais recente foi estabelecido na final da Copa do Mundo Feminina da Fifa, em julho. O volume de tweets enviados atingiu 7.196 mensagens por segundo. Eram seis horas da manhã no Japão e as japonesas venceram.
Um evento como esse requer a atenção do público. Mas para a pessoa que cria a hashtag, o desafio é chamar a atenção das pessoas com um uma frase criativa e bem feita.
E não é fácil.

Fonte: http://bbc.in/rkJb75 

domingo, 21 de agosto de 2011

Um momento histórico na Itália: Vá Pensiero - A Ópera de Roma fez bis

No último dia 12 de março/2011 a Itália festejava os 150 anos de sua unificação no reinado de Vitorio Emanuele II, unificação esta que só foi realmente confirmada 68 anos depois no tratado de Latrão. Naquele dia, a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi, símbolo da unificação do país, que invocava a escravidão dos Judeus na Babilônia, uma obra não só musical, mas também, política, à época em que a Itália estava sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes da apresentação o prefeito de Roma, Gianni Alemanno – ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Como Mutti declararia ao TIME, houve, já de início, uma incomum ovação, clima que se transformou numa verdadeira «noite de revolução » quando sentiu uma atmosfera de tensão ao se iniciar os acordes do coral «Va pensiero», o famoso hino contra a dominação. « Há situações que não se pode descrever, mas apenas sentir o silêncio absoluto do público, na expectativa do hino; clima que se transforma em fervor aos primeiros acordes. A reação do público é visceral, quando o coro entoa – ‘Ó minha pátria, tão bela e perdida’».
Ao terminar o hino os aplausos da plateia interrompem a ópera e o público se manifesta com gritos de «bis», «viva Itália», «viva Verdi» . Das galerias são lançados papéis com mensagens políticas.
Não sendo comum dar bis durante uma ópera, e embora Mutti já o tenha feito uma vez em 1986, no teatro À La Sacala de Milão, o maestro hesitou, pois como ele depois disse: «Não cabia um simples bis; havia de ter um propósito particular». Dado que o público já havia revelado seu sentimento patriótico, o maestro encarou o público e o próprio Berlusconi. Fazendo-se silêncio, e reagindo a um grito de «longa vida à Itália», disse:
«Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Não tenho mais 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto concordo com o vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o coro que cantava ‘ Ó meu pais, belo e perdido’, eu pensava que a continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual se assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa pátria, será verdadeiramente ‘bela e perdida' (aplausos retumbantes, incluindo dos artistas da peça). Reina aqui um ‘clima italiano’; eu, Mutti me calei por longos anos. Gostaria agora...   nós deveríamos dar sentido à este canto ; como estamos em nossa casa, o teatro da capital, e com um coro que cantou magnificamente, e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos. »
Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Coro dos Escravos. Pessoas se levantaram. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral também se levantou. Foi um momento magnífico na ópera ! Vê-se, também, o pranto dos artistas. Aquela noite não foi apenas uma apresentação do Nabuco mas, sobretudo, uma declaração do teatro da capital dirigida aos políticos.
Este vídeo nos brinda, assim, com um estupendo, talvez histórico, momento de desempenho musical e revolta cultural, diante dos desgovernos, prevaricações e falta de lideranças, não só no Brasil, mas no mundo como um todo.
Um momento intenso de emoção para os apaixonados pela música, mas também, pelos direitos humanos.

 


Recebido por email, de Ciro.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Uma imagem vale por mil palavras


Alguém ainda não sabia o signficado do termo: "Ficar debaixo da asa da mãe"?
Agora tem como saber isso.
Como os animais se protegem e protegem aos seus, heim!?
Quantos pais (mãe e pai) fazem isso no "reino humano"?
Recebi isso , por email, de meu amigo Ciro que tem um blog de fotografias das mais lindas, mas, diz ele, q esta não é dele. E não conhece o autor.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Porto Alegre, uma fascinante cidade onde não vale o que está escrito


Em Porto Alegre, ao contrário de no Brasil do jogo do bicho, não vale o que está escrito. E a maior atração da cidade é – como dizem a respeito da macheza da gente daquele estranho país ao Sul de Santa Catarina – uma ficção. Ou, no mínimo, uma gigantesca dúvida.
Não vale o que está escrito. As placas e os mapas dizem Rua dos Andradas, mas na verdade ali é a Rua da Praia – e não há praia alguma por perto. Está escrito Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, mas o povo fala Parque Harmonia. Oficialmente, é Parque Moinhos de Vento, mas o que vale é o nome de Parcão. O Parque Farroupilha só é Farroupilha nas placas e mapas, porque de fato ali fica o Parque Redenção. Na Rua da República, há o Armazém da Esquina – que fica não numa esquina, e sim bem no meio de uma quadra.
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Ficção, ou gigantesca dúvida. A grande atração da cidade, uma beleza danada, o Rio Guaíba, famosíssimo, cantado em prosa e verso, até porque aquele povo escreve muito, e escreve bem, não chega a ser um rio. Parece mais um lago. Passa, atualmente, por uma séria crise de identidade. A moça cuja voz gravada sai dos alto-falantes do Cisne Branco, o belo barco que faz passeio naquelas águas às vezes barrentas, às vezes escuras, às vezes azuis, abre a discussão: informa que o Guaíba sempre foi chamado de rio, mas os especialistas dizem que é um lago. O guia do ônibus de dois andares sem teto em cima – como os de Paris – também lança o questionamento. E o mapa oficial distribuído pela Secretaria Municipal de Turismo crava: Lago Guaíba.
Só que não é bem um lago, já que as águas andam do Delta do Jacuí, ao Norte, em direção à Lagoa dos Patos, ao Sul.
Vai entender.
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E a mais recente atração da cidade, o prédio da Fundação Iberê Camargo, debruçado numa elevação sobre a beleza do Guaíba, com uma vista espetacular para os prédios da cidade ao longe, como se fosse um morro em Sausalito de onde se vê a silhueta deslumbrante de San Francisco do outro lado da baía, é um horroroso, grotesco caixote de concreto pintado de branco, com apenas umas três minúsculas janelinhas, mais parecidas com vidros de aquário, dando para aquela imensidão toda.
Mas que não se pense que as constatações acima são uma crítica à cidade. Porto Alegre é uma cidade belíssima, calorosa, agradável, apaixonante.

As belas se mostram
Então, para começar: eta cidade para ter mulher bonita, tchê. Talvez seja – deve ser – por causa da mistura, da miscinegação. Miscigenação embeleza, e lá teve de tudo, índio, português, italiano, alemão, preto. Muita mulher longilínea, lindilínea, altas, bonitas, gostosas. Mary, que não tem absolutamente nada de homo, ficou impressionada, talvez tanto quanto eu.
Reparei muitas mulheres de vestidão comprido, até o pé. Tem mesmo – mas também tem um bando de mulher de jeans apertados, bunda bonita, e um bando de mulher sem nenhuma vergonha de mostrar belas coxas. Às vezes dá a impressão de que todas tinham passado o verão inteiro na praia, coxas bronzeadinhas.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Entrevista com o jornalista Tão Gomes - ( @taogomes) - Parte 1

“O que aconteceu é que Tancredo temia que, se não fosse empossado, com direito à faixa e tudo, os militares poderiam dar um golpe dentro do golpe.” (T.G.P.)

Por Elenilson Nascimento

Tão Gomes Pinto é um raro exemplo de jornalista brasileiro que consegue conversar com o mundo para além dos muros da academia e das redações de jornais cheias de egos inflados. Jornalista, fez parte das equipes que criaram o "Jornal da Tarde", em SP, e das revistas "Veja" e "Isto É". Trabalhou ainda na "Manchete" e "Imprensa", foi colunista da "Folha de S. Paulo", entre outras atividades. No outro lado do balcão, foi Secretário de Imprensa do governador Franco Montoro, do Ministro Roberto Gusmão, do prefeito de Campinas, Jacó Bittar e mais recentemente trabalhou com o senador Delcídio Amaral.

Seja nos seus textos, seja em livros, seja na sua expressiva coluna semanal na Rádio Metrópole FM (Salvador-BA), ele sabe se comunicar com o grande público sem baratear suas ideias. Mais rara ainda é a sua disposição para criticar certezas e lugares-comuns bem estabelecidos entre seus pares.

Ele já circulou entre presidentes, ministros, altos executivos. Viaja constantemente pelo país e para o exterior e não sai das caóticas pontes aéreas. Visto assim, à distância, o cotidiano do Tão Gomes, amigo íntimo do Arnold, parece ser puro glamour. Mas é feito de suor, estudo e disciplina, como ele mesmo conta nessa entrevista exclusiva (*que eu quase pensei que ele tinha desistido).

Alguns amigos dizem que o Tão Gomes é um dinossauro do jornalismo. Ele rebate à altura: "Dinossauro é marca registrada do Joel Silveira. Eu, no máximo, sou um elefante, um bicho que se lembra de suas vidas passadas". Para ele, cada trabalho é uma "experiência renovadora". E elas são muitas, já que começaram no ano de 1962. Tão é um crítico feroz da cultura brasileira que conseguiu definir ironicamente o espírito dos tempos descrevendo um cenário comum na classe média intelectualizada, conversa com se estivesse num jantar inteligente, no qual os comensais da morte, entre uma e outra taça de vinho chileno, se cumprimentassem mutuamente por sua “consciência social”. Diz Tão Gomes: “Se você admitir que tudo o que disse ali, naquela análise aprofundada de um fato político, não passa de um besteirol em linguagem erudita, eu até respeito você. Agora se você leva a sério o que escreveu, então a besta é você”. Em suma, é uma honra imensa aqui no LITERATURA CLANDESTINA receber uma das melhores cabeças desse país, então acompanhe essa entrevista com o Tão Gomes Pinto – dividida em partes – e comprove que o porque o cara é muito bom! Respondi? Mais ou menos, eu acho...

Elenilson – O seu livro “O Elefante é um Animal Político” traz crônicas sobre esse Brasil vendido nos “discursos para analfabetos do Lula” como o “BraZil contemporâneo do futuro”. Futuro esse que desde quando eu era espermatozóide eu ouço falar. Você já foi assessor parlamentar, conviveu e se divertiu com todas as picaretagens feitas por esses “manobristas de bagaça”. O que o “Elefante” do Pinto traz de inédito, já que muitos tentam ser divertidos, mas quando o assunto é política, a coisa parece que degringola?

Tão Gomes Pinto – O assuntou degringola porque, no Brasil, política não pode ser levada a sério. Então, já que não é sério, deixa rolar, degringolar, virar do avesso, contar história de frente para trás, vale falar e fazer qualquer coisa, quando se trata de política. Você pode até tratar o assunto em profundidade, mergulhar em análises e prospecções, escrever artigos de página inteira e publicá-los no Estadão, no Globo, no Correio Braziliense ou num veículo supostamente independente, entre aspas, como, digamos, a Caros Amigos... Se você admitir que tudo o que disse ali, naquela análise aprofundada de um fato político, não passa de um besteirol em linguagem erudita, eu até respeito você. Agora se você leva a sério o que escreveu, então a besta é você. Respondi? Mais ou menos, eu acho...

Elenilson – Brizola, FHC, Lula, Maluf, a ascensão e queda de Collor (*eu perdi o meu estágio num banco por causa desse f.d.p., ups, escapoliu!), o recém morto Itamar Franco, etc. Você estava no centro de tudo isso. Como avaliar agora, passado esse tempo todo, o que esses “camaradas” queriam realmente?

Tão Gomes Pinto – São pessoas como a gente (eu, você, etc...) que tiveram a sorte, ou o azar, de entrar na política e, estavam destinados, por instinto (ou pelo destino simplesmente), a ocuparem postos de responsabilidade. Aí, cada um agiu conforme a sua educação, consciência, influência de amigos, etc... e foram levando a vida cada um com a sua vocação. Ou tendência (o DNA deve funcionar no caso). E já que o destino reservou para eles um lugar de proeminência – e eles chegaram lá – imaginaram N maneiras de se perpetuar no cargo. Talvez, da turma que você menciona, só escape o Itamar, mais desapegado do exercício do mando. Tanto que chegou a presidência sem maiores esforços. Um amigo dele, o falecido deputado Raul Belém, falava sempre da sorte do Itamar... Ele dizia que às vezes era preciso ficar batendo na janela do quarto onde o Itamar dormia e dizer: "Acorda Itamar... acorda... vem ver tudo o que Deus decidiu fazer de bom pra você hoje... vem ver rapaz...". Às vezes o Itamar acordava. Em outras, virava pro lado e continuava dormindo. Respondi? Mais ou menos, eu acho...

Elenilson – Os vários planos econômicos que esse país já teve foram necessários mesmo? O que de errado aconteceu no meio do caminho para que a coisa fosse levada dessa forma?

Tão Gomes Pinto – Essa história de plano econômico foi uma espécie de febre, onde os economistas praticamente tomaram o poder, no caso brasileiro. Essa subordinação abalou a saúde do país por várias décadas. Agora passou... mas já há no horizonte sinais de que pode voltar. É como a maleita ... que sempre um dia volta. Eu assisti (com estes meus olhos) duas cenas, em dois momentos diferentes (portanto, dois planos econômicos diversos) o então ex-ministro Delfim Netto, que já foi chamado de Czar (ou Tzar) da nossa economia, pegar uma nota e ficar olhando para ela com a perplexidade de um homem primitivo. Foi durante a tentativa de um plano que pretendia acabar com a inflação por decreto. Acho que era o Plano Collor. Depois de pegar a nota, revirá-la, tornar a examinar, o Czar me disse uma frase inesquecível: "Eu acho que a inflação é um fenômeno que acontece dentro da moeda...". Ou seja, escapava ao entendimento de nós, simples seres humanos. Outro momento, que eu diria inolvidável, foi o dia em que eu vi o presidente Sarney pegar no braço do Edilson Varela, então um dos diretores do Correio Braziliense e comentar: "Pois é, Edilson, inflação nunca mais...""Não existe almoço grátis. Sempre alguém está pagando a conta". Por isso não há plano que funcione. Os planos quinquenais da antiga URSS, o consenso de Washington, etc... todos se esquecem que alguém está pagando a conta. Em geral, são os mais pobres que pagam, sejam pessoas ou países. Não me recordo qual o plano econômico que vigorava na época. Mas voltando ao Delfim Netto, uma frase dele, que serve para qualquer regime político ou sistema econômico é a seguinte:

Elenilson – No meu romance “Clandestinos” que, depois de dez anos na gaveta, enfim, saiu em 2010 por uma editora, uma personagem na estória questiona a morte de Tancredo. Neste ano de 2011, no mês da morte de Tancredo Neves, a Rede Globo e todas as outras mostraram reportagens especiais sobre o assunto. Eu era muito pequeno, mas ainda lembro da comoção pública que foi a morte do presidente que não conseguiu receber a faixa. Até hoje não acredito naquela história para livros escolares. Conversando com um professor de História ouvi a história de assassinato, então eles inventaram esse conto de “diverticulite”, que agora vem sendo questionado e a Globo tenta manter as aparências de seu passado militar. O que sei é que no dia de sua posse, na missa celebrativa (*Catedral de Brasília), acabou a luz e ouviu-se um tiro (ou algo parecido). Dias depois foi divulgado que Tancredo teve uma crise e estava na UTI, no caso ele já estaria morto, mas os militares que por sinal apoiavam Sarney, encobriram a notícia e deixaram para divulgar sua morte no dia 22/04, coincidência com Tiradentes? Não fizeram isso pensando na comoção nacional? Diz-se ainda que a repórter Gloria Maria, presenciou a cena, e teve que ir fazer umas “reportagens” bem longe dali, por alguns anos na Finlândia. Tudo isso pode ter acontecido ou devemos, como cidadãos de bem (eu não viu!), deixar tudo enterrado? Você não acha que Tancredo poderia ter sido a melhor coisa que nesse país em matéria de dignidade política e, sabendo disso, os manda-chuvas providenciaram tirar o cara do mapa? Comenta.

Tão Gomes Pinto – Delírio puro... É incrível como essas histórias fantásticas, absurdas, sem pé nem cabeça, prosperam... Eu estive, não no centro, mas muito perto desses acontecimentos como assessor do Roberto Gusmão, na época um dos principais articuladores da candidatura Tancredo Neves, via Colégio Eleitoral. Teria dados minuciosos para desmentir essa versão, que reputo alucinada, sobre a morte de Tancredo. O que aconteceu é que Tancredo temia que, se não fosse empossado, com direito à faixa e tudo, os militares poderiam dar um golpe dentro do golpe. Ulysses Guimarães era um nome que os militares não admitiriam de jeito nenhum assumisse a presidência. Tancredo, Montoro, o pessoal bem informado sabiam disso. Ulysses eleito... Um golpe militar dentro do governo militar... Tancredo trabalhou sua aproximação com os militares desde o momento em que percebeu que ele seria o único nome da oposição que seria aceito pelo chamado “sistema”. Ele e alguns militares de boa cabeça sabiam que o chamado “sistema” se exaurira. Os milicos (os de boa cabeça, perceberam isso muito antes da campanha das Diretas-Já. Tancredo também percebeu. Tanto que 1983, ele era governador de Minas, mas já tinha um time de políticos trabalhando por uma candidatura de civil. E que, dentro dos nomes que seriam palatáveis para o regime militar, estava o de Tancredo, embora ele fosse do MDB, partido de oposição. Então, governador de Minas Gerais, Tancredo fazia contatos com militares e esses contatos ele não delegava a ninguém. Eram conversas diretas (e secretas, naturalmente) com os representantes do “sistema”. Os políticos que se entusiasmaram com a possibilidade de um civil da oposição chegar ao poder trabalhavam também muito discretamente. Entre eles estava o meu chefe na época, Roberto Gusmão, o Fernando Lyra, em Pernambuco, o próprio governador Montoro, o grande animador da campanha Diretas-Já. Os cabeças dessa campanha, que visava a aprovação da emenda Dante de Oliveira, sabiam que a aprovação a emenda (ela previa que as próximas eleições presidências fossem diretas) não passaria no Congresso, como de fato não passou. A mobilização das Diretas Já, patrocinada pelo Montoro, serviria no entanto trazer para a candidatura de Tancredo via Colégio Eleitoral, o chamado apoio popular. Esse apoio foi considerado necessário para legitimar, digamos assim, a candidatura de Tancredo pela via indireta, o que se conseguiu brilhantemente com a campanha Diretas Já empolgando multidões. No entanto, durante essa delicada costura política alguém teria que botar o guizo no pescoço do Ulysses Guimarães. Explicar para ele: 1 - A emenda Dante de Oliveira não passa no Congresso e nem pode passar. Se passar, os militares fecham o Congresso no dia seguinte. Então, caro Ulysses, não há hipótese de eleições diretas. 2 - Nas eleições indiretas, pelo Colégio Eleitoral, se você for candidato e ganhar, repete-se a cena. O Congresso é fechado e retomam-se as cassações de mandatos e tudo o mais que os militares sabiam fazer. Quem explicou isso tim-tim-por-tim-tim ao Ulysses, foi o Franco Montoro, na época em que eu era Secretário de Imprensa do governador. Mas essas conversas nunca transpiraram, nem poderiam, caso contrário o esquema, bordado com linha finíssima, se desmancharia por completo. Chegamos ao dia da eleição do Tancredo, já consagrado, a priori, como salvador da pátria pelo povão... Inclusive o Maluf chegou ao Colégio Eleitoral sabendo que iria perder. Mas não podia admitir isso publicamente porque estaria, de qualquer forma, desmanchando a costura toda. E o Maluf sabia mais. O Maluf teve acesso a ficha médica do Tancredo onde já havia o diagnóstico de diverticulite e a recomendação para operar Tancredo o quanto antes. Informação essa que ele não usou na campanha das indiretas porque o Paulo Maluf sabia que seria acusado de desestabilizador da redemocratização em curso. Acabaria sendo ele o grande culpado por uma eventual desistência de Tancredo ou sua improvável (naquela altura) derrota no Colégio Eleitoral. Mais ainda, Maluf teve acesso aos boletins médicos de Tancredo feitos pelos médicos do Senado, já eleito pelo Colégio Eleitoral. Tancredo, em visita ao Senado, teve uma crise, com fortes dores no abdômen. Enquanto dois senadores simulavam uma acalorada discussão, ameaçando chegar às vias de fato, para atrair a atenção de jornalistas e fotógrafos, Tancredo entrou sem ser notado no departamento médico do Senado. Saiu de lá com o diagnóstico: operação necessária e urgente. Mas ele embarcava para tradicional viagem dos pré-presidentes brasileiros à Europa no dia seguinte. Se observarmos as fotos dessa viagem, constataremos que, na maioria delas, Tancredo aparece com as mãos protegendo um dos lados da região dolorida. Na véspera da posse, eu estava com o Roberto Gusmão e notei-o absorto e distante. Então ele me disse: "Dr. Tancredo está com apendicite. Estão levando ele para o Hospital de Base". Ali começaria a tragédia da posse, com deputados que se diziam médicos, invadindo a UTI, gente entrando e saindo, e deixando no ar micróbios e bactérias da infecção generalizada da qual Tancredo não sobreviveria. Essa é a história real. O resto, como você diz, é romance. Mesmo com Tancredo internado, foi mantida a recepção no Itamaraty ao qual eu compareci. E vi com os meus próprios olhos o neto de Tancredo, Aércio, tocando no piano as músicas “Como pode o peixe vivo, viver fora da água-fria...” e “Ó Minas Gerais, quem te conhece...” Estava ali presente todo o “staff” que trabalhara para a eleição de Tancredo e a felicidade e alegria eram gerais... Ou esse pessoal disfarçava a gravidade da cirurgia de Tancredo, ou não sabiam dela. A cirurgia em si, era simples. Impossível foi controlar a infecção generalizada e o sofrimento de Tancredo, que acabariam, por pura coincidência, no dia 21 de abril.

Retirado do blog: http://literaturaclandestina.blogspot.com/2011/07/entrevista-com-o-jornalista-tao-gomes.html