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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Algumas palavras sobre os índios em MS, por Pedro Rios



"A verdade é que não existe um trabalho "jornalístico" a ser feito em MS. Os fatos são evidentes e acontecem há muito tempo. A "novidade" é a resistência. O trabalho que deve ser feito é político e social. E o aspecto mais grave desse trabalho é a quebra do preconceito. A minha função aqui, agora mais clara para mim, não é "dar informação em primeira mão". O material mais forte, mais relevante, não é o que relata perigo imediato ao qual os índios estão submetido (que é a rotina de um massacre histórico), mas é o que relata a ignorância histórica e o tratamento criminoso que nós, brasileiros, damos aos indígenas. Esse tabu, como menino do Rio de Janeiro, é que eu posso ajudar a destruir.

O problema dos índios não é a falta de inserção. A coisa é tão grave que eles estariam muito melhor se estivessem simplesmente apartados da sociedade, mas a inserção marginal, opressora, criminalizante que a nossa sociedade promove, com a tutela política deles sob a mão pesada de um estado fascista.

Talvez não seja a demanda mais urgente, do ponto de vista físico, mas sem dúvida alguma a demanda primordial dos índios é por respeito, por apreço, por um tratamento humano e igualitário. É um racismo muito violento e doloroso, ao qual eles estão submetidos a partir da formação das cidades no seu entorno, roubando a fartura da vida natural por um lado e negando direitos básicos de construção da cidadania inserida. O índio, tratado como mão de obra barata, subempregado, como escravo, alienado do poder de luta pela tutela do estado, e inserido na sociedade rural latifundiária, como bicho a ser explorado.

As crianças indígenas brincam de "polícia e índio". E a sensibilidade e espanto deles quando algum branco simplesmente os toma por iguais é de uma clareza comovente e assombrosa. As crianças índigenas se perguntam o que os "caraí" pensam deles, e não conseguem entender porque são tratados de forma tão violenta.

Acreditem, a despeito da imagem enganosa de que são meia dúzia de gatos-pingados espalhados em uma área enorme, são muitos, seres humanos sem nehuma identificação com uma cultura de consumo de massas, pacatos, cada vez mais confinados, marginalizados, e explorados pelo avanço de uma cultura destruidora. Que os trata pior que bicho, e destrói uma fonte de riqueza gigantesca que deveria formar parte relevante da nossa própria identidade.
Eu, que não me considero um cara alienado, estou chocado com o que eu presenciei do ponto de vista humano. O nazismo está aqui, e os índios são as vitimas do nosso holocausto particular."
 
 Fonte: http://on.fb.me/TT2idE
 

Pedro Rios está refugiado,devido a ameaças de morte

Declaração de Pedro Rios, após ser ameaçado de morte pelos pistoleiros de Mato Grosso do Sul, postada em seu Facebook.
"Hoje eu passei o dia conversando com diversas lideranças. Caldo está entornando em Passo Piraju. O MPF e a Funai PERDERAM o recurso, e o senhor ESMALTE BARBOSA CHAVES, um dos maiores assassinos de índio do Estado, declarou no jornal local, que o o senhor GINO FERREIRA, outro bandido assassino, mandou a SEPRIVA - que não é uma empresa de segurança privada, mas uma empresa de pistoleiros e matadores
, ficar 24 horas por dia na região do Passo Piraju.
A Vida do Cacique Carlito corre MUITO risco. E eu recebi ameaças de morte (e olha que só fiquei 5 dias na aldeia), por isso as lideranças chegaram a conclusão de que era melhor me tirar da aldeia, se em um primeiro momento eu inibi a ação dos pistoleiros, agora a minha presença estava incitando a violência. Dois dias atrás um cara tentou me levar de moto da aldeia e eu não fui. As coisas se agravaram e as lideranças ficaram com medo de que sumissem com o meu corpo durante a noite. Por isso fui obrigado a abandonar a aldeia e estou refugiado. Em breve poderei jogar toda a merda no ventilador e falar tudo que vários envolvidos na questão, entre lideranças e funcionários, querem falar e não pode"


Fonte: http://on.fb.me/W4Bsqs



Carta aos meus companheiros de luta (Almado- advogado indígina)

"Fui literalmente perseguido por pistoleiros, mas não foi dessa vez! Não irei recuar, Não tombarei enquanto não ver todas as terras indígenas demarcadas"

Desde que me propôs a lutar pelos direitos de meu povo tenho acompanhado as constantes violências que as comunidades indígenas sofrem em Mato Grosso do Sul. Tenho acompanhado a situação do Povo Guarani, Kaiowá, Terena, Ofaié e Kadiwéu.
No último sábado puder sentir na pele a guerra instalada em Mato Grosso do Sul contra os índios de Mato Grosso do Sul.
Na qualidade de advogado da comunidade, desloquei-me até a área de conflito dos Kadiwéu, juntamente com o historiador Saulo Cassimiro, três lideranças Terena e uma liderança Kadiwéu. Na saída da área retomada, fomos literalmente perseguidos por homens armados (pistoleiros) que estavam em 6 caminhonetes. Na carroceria homens com armas de cano longo.
Como eu estava na direção, imediatamente manobrei o carro, no sentido de retornar para área onde estava o acampamento da comunidade Kadiwéu. Foram momentos assustadores vivenciado por mim e meus companheiros. Os pistoleiros só não nos alcançaram por conta das inúmeras porteiras das fazendas.
Esta é a realidade das comunidades indígenas, que ficam a mercê de pistoleiros contratados por fazendeiros. Em locais de difícil acesso e sem comunicação alguma. Quando isso aconteceu era por volta das 18:25 hs, conseguimos sair por uma estrada pela mata guiado pelos nossos patrícios Kadiwéu. Só fomos chegar no local onde pega celular as 4:00 hs da manhã.
Os fazendeiros por meio de suas milícias armadas impedem a passagem das pessoas nas estradas que cortam suas fazendas, colocando cadeados e pistoleiros. Transgridem o direito de passagem.
Instauram uma verdadeira terra sem lei!!
Situação como esta me impulsiona a cada vez mais lutar pelos direitos de meu Povo.
Juntamente com nossas lideranças e o movimento indígena, NÃO IREI RECUAR!!

Luiz Henrique Eloy Amado
Terena da Aldeia Ipegue
Advogado.

Fonte: http://on.fb.me/W4Bsqs

domingo, 28 de outubro de 2012

Minha participação - #GenocidioGuaraniKaiowa : 1º dia

E assim começou toda a história sobre minha participação em defesa dos índios Guarani-Kaiowá, mais especificamente, sobre 170 índios, que estão sediados em Mato Grosso do Sul e reivindicam suas terras.
Tudo começou há muito tempo, mas eclodiu com carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
Ao lerem e assistirem os vários vídeos e textos postados, entenderão o porquê eu me engajei neste movimento.
Participação, em tweets, no dia 16/10 e início de 17/10 (não copiei os RTs):



Sol de rachar logo após o meio dia.A Esplanada dos Ministérios amanheceu c/5000 cruzes plantadas no coração d poder #GenocidioGuaraniKaiowa

Vidas indígenas ceifadas,simbolizam o genocídio e as décadas e séculos de decretos de extermínio e mortes planejadas #GenocidioGuaraniKaiowa

A ambulância não conseguiu.Qdo pegaram o meu filho p/levar no hospital,o corpo já chegou morto bit.ly/PpqclG #GenocidioGuaraniKaiowa

Se não der dinheiro p/FUNAI, não sai demarcação da terra, e aí a gente vai ter esses problemas bit.ly/PpqclG #GenocidioGuaraniKaiowa
 
Cantiga d índio q perdeu s/taba,no peito este incêndio nunca se apaga Deixa o índio no seu canto;eu canto 1 acalanto #GenocidioGuaraniKaiowa

No blog da Rute: A íntegra da carta dos Guarani-Kaiowá #GenocidioGuaraniKaiowa bit.ly/XckJzd #SempreAvanti

Sou Pataxó,sou Xavante e Cariri,Ianonami, sou Tupi Guarani, sou Carajá.Sou Pancararu,Carijó, Tupinajé,Potiguar,... #GenocidioGuaraniKaiowa

Sou Pataxó,sou Xavante e Cariri,Ianonami, sou Tupi Guarani, sou Carajá.Sou Pancararu,Carijó, Tupinajé,Potiguar,... #GenocídioGuaraniKaiowa

"E assustado dei um pulo da rede,pressenti a fome,a sede,eu pensei: "vão me acabar"...." #GenocidioGuaraniKaiowa youtu.be/vIwP2TsKee4

A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? #GenocidioGuaraniKaiowa

vamos morrer todos,não temos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. #GenocidioGuaraniKaiowa

já ocorreram 4 mortes,sendo 2 por suicídio e 2 em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas #GenocidioGuaraniKaiowa

Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo... #GenocidioGuaraniKaiowa bit.ly/XckJzd

Solicitamos para decretar a nossa morte coletiva, cavar um grande buraco para jogar e enterrar nós todos aqui. #GenocidioGuaraniKaiowa

Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. GenocidioGuaraniKaiowa

Visto q decidimos integralmente a não sairmos daqui c/vida e nem mortos. Sabemos q não temos + chance em sobreviver #GenocidioGuaraniKaiowa

Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. #GenocidioGuaraniKaiowa

"Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui." Para refletir. #GenocidioGuaraniKaiowa

Pistoleiros invadiram o acampamento, torturaram e fraturaram as pernas e os braços das mulheres, crianças e idosos #GenocidioGuaraniKaiowa

...ocasionando uma crise humanitária, com altos índices de mortalidade infantil, violência e suicídios entre jovens. #GenocidioGuaraniKaiowa

A taxa d suicídios dentre os Guarani-Kaiwoá é maior q 100 a cada 100 mil habitantes enqto à média do Brasil é de 5,7 #GenocidioGuaraniKaiowa

"...não significa lhes dar o peixe, nem lhes ensinar a pescar, mas lhes devolver os rios.” E agora a vida... #GenocidioGuaraniKaiowa

Vivemos 1 guerra civil no Brasil rural,onde os povos tradicionais vivem o extermínio lento e constante na luta àrdua por seus modos de vida.

A essência das relações d poder é legislar s/o jogo nu da vida e da morte. É a decisão acerca de qual vida zelar e de quem se deixa morrer

A partir da carta dos Guaranis Caiovás,tornamo-nos cúmplices de genocídio.Sempre fomos,mas tornar-se é saber q se é. #GenocidioGuaraniKaiowa

A Grande Marcha p/o Oeste-a visão era a mesma q até hj persiste:“terra desocupada” ou “não há ninguém lá, só índio” #GenocidioGuaraniKaiowa

Os indígenas passaram a ter três destinos: ou as reservas ou trabalhar nas fazendas como mão de obra semiescrava ou se aprofundar na mata.

Para os Guaranis Kaiovás, a terra não é uma mercadoria – a terra é!! #GenocidioGuaraniKaiowa

Um grande número de sulistas, gaúchos mais do que todos, migrou para o território para ocupar a terra dos índios #GenocidioGuaraniKaiowa

“A reserva de Dourados é talvez a maior tragédia conhecida da questão indígena em todo o mundo”. Deborah Duprat #GenocidioGuaraniKaiowa

A cada seis dias, um jovem Guarani Caiová se suicida. Desde 1980, cerca de 1500 tiraram a própria vida. #GenocidioGuaraniKaiowa

Desde 2000, foram 555 suicídios, 98% por enforcamento, 70% eram homens, a maioria deles na faixa dos 15 aos 29 anos #GenocidioGuaraniKaiowa

Os Guaranis Caiovás estão sendo assassinados há mt tempo,d todas as formas disponíveis, as concretas e as simbólicas #GenocidioGuaraniKaiowa

A questão das nossas terras já era para ter sido resolvida há décadas.Todos os governos lavaram as mãos ..." #GenocidioGuaraniKaiowa

Não deixe que nossos filhos continuem enchendo as cadeias ou se suicidem por falta de esperança de futuro #GenocidioGuaraniKaiowa

"Devolvam nossas condições de vida que são nossos tekohá, nossas terras tradicionais." #GenocidioGuaraniKaiowa

RT @sandrabuarque: PQ OS GUARANI E KAIOWÁ PRATICARAM E AINDA PENSAM EM PRATICAR O SUICÍDIO? #GenocidioGuaraniKaiowa wp.me/p2IDsC-2b

Antes que o espasmo de nossa comoção de sofá migre para outra tragédia,... glo.bo/VuCMCK #GenocidioGuaraniKaiowa

Depois disso td, é possível dormir?? Bob Fernandes/ 863 índios se suicidam... e quase ninguém viu: youtu.be/NlPEZ3qKp1s

#GenocidioGuaraniKaiowa Depois disso td, é possível dormir?? Bob Fernandes/ 863 índios se suicidam..quase ninguém viu: youtu.be/NlPEZ3qKp1s

ASSINEA PETIÇÃO ~ VAMOS IMPEDIR O SUICIDIO COLETIVO DOS ÍNDIOS Guarani-Kaiowá bit.ly/PQaRKQ #GenocidioGuaraniKaiowa

ALERTA: SUICÍDIO ENTRE OS ÍNDIOS É ALARMANTE! (A foto é chocante) - bit.ly/PQbtAd #GenocidioGuaraniKaiowa #GenocídioGuaraniKaiowa

Por Caco Moreira. Uma entrevista realizada com os índios Guarani-Kaiowá:, em dez/2011: bit.ly/PQcd8n #GenocidioGuaraniKaiowa

Muito linda a mensagem do índio Kaiwa-Guarani: " O rio que corre pela terra é nosso sangue" bit.ly/PQcd8n #GenocidioGuaraniKaiowa

Salve Dilma! Aqueles que irão morrer te saúdam. bit.ly/QwUi1g #GenocidioGuaraniKaiowa #GenocídioGuaraniKaiowa

sábado, 27 de outubro de 2012

A palavra que age (transcrição de um vídeo)

Transcrição do vídeo,cujo nome é  Mbaraka – A palavra que age.


 Vídeo:

Mbaraka – A palavra que age from Tekoa Virtual Guarani on Vimeo.


Palavras ditas por Atanásio - Aldeia Limão Verde
Para mim o canto-dança tradicional não acabou.
Nós o recebemos pelos mensageiros de nosso grande pai Tupã.
Foi de Tupã, o Senhor do Grande Falar, que vieram as rezas.
Karavie, Araryvusu, Tanimbu Guasu e outras divindades são os mensageiros de Tupã.
Eles vêm do início do mundo e desceram à terra para nos alimentarem.
Nessas divindades, nós vivemos.
Jakaira é o nosso guardião, é o nosso pilar.
É nele que nós nos apoiamos.
Pai Kuara, o Sol, brilha e cuida de nós.
Ele ilumina a vida do índio.
Eles são nossos pilares. Por isso, nós os respeitamos e contamos sua história.
Pai Kuaru, o Sol, ilumina a todas as pessoas.
Ilumina os homens brancos, os povos Mbyá, Guarani, Pataxó...
Ele aquece todo mundo. Todos estamos sob a sua luz.
Se nós não nos importarmos e deixarmos de lado a dança-reza tradicional viveremos como vocês.
Se acabará a dança e o canto-reza e virá o grande vento destruidor.
A terra está sendo revirada!
Então ali nós acabaremos, se continuar assim...
Chamávamos esse lugar de Mata Grande. Ele sempre foi nosso, e os brancos tomaram tudo.
Derrubaram toda a mata e, por ironia, passaram a chamá-lo de Mato Grosso do Sul.
Então...
Eles destruíram os nossos remédios da mata.
Fizeram sumir nossos animais de caça.
A nossa caça eram o tatu, a cutia, a anta, o lagarto,
Esses animais eram para nosso proveito. Eles desapareceram todos.
Tamanduá, porco do mato e muitos outros.
Os donos-protetores desses animais voltaram para junto de Tupã.
Então, hoje, os alimentos são fabricados na máquina.
Temos que usar dinheiro para comprar comida e, muitas vezes, não o temos.
É por isso que queremos a nossa terra de volta. Para termos nossos alimentos de volta.
Para não precisar das coisas dos brancos, para não depender dos alimentos deles.
Para providenciarmos nosso sustento do nosso jeito.
Nós vamos nos juntar para produzir nossa comida, nossa carne.
Nesse lugar que já foi nosso, nós vamos criar nossos animais.
Então é para isso que nós queremos a nossa terra de volta.

Palavras ditas por Valmir - Acampamento Guaiviry
Quem me ensinou que este lugar era nosso foi minha avó.
Que também se tornou minha madrinha e mãe. Ela se chamava Odúlia Mendes.
Ela lutou desde pequena.
Desde criança eu ouvia dizerem que ela era uma batalhadora pela nossa terra.
Até hoje eu ouço isso, mas a demarcação da nossa terra ainda não saiu.
Nós sofremos muito na luta pela nossa terra.
Minha avó morreu nessa luta.
Ela nos deixou, e todos os fazendeiros foram contra ela.
Não foi um, dois ou três, foram muitos fazendeiros contra ela.
Foi por causa disso que ela nos deixou.
Ela nos deixou órfãos, lutando pela nossa terra.
Por isso ela morreu.
Mas sempre a levamos em nosso pensamento, com suas palavras sábias, com seus cantos.
Nós estamos em três para levarmos em frente a sua reza, a sua palavra.
Ela deixou a sua reza para nós e isso vai permanecer.
Nós, através do canto-reza, seremos muitos mais.

Olhem só a minha casa, eu não quero mais viver desses jeito, mas ainda não nos deram a nossa terra.
Minha avó disse: "Sua vez de lutar vai chegar. Você é meu afilhado e ficou como meu filho".
"Você vai ficar no meu lugar e tem que levar adiante a nossa reza".
Nós somos os filhos dela. Estas são suas crianças, estes são seu neto e sua filha.
A verdade é que, se ela soubesse disto ...
Por causa da nossa terra, sofremos muito aqui.
E ela nos deixou para fortalecer a reza aqui e vamos dar continuidade a isso.

Mas nós é que temos o maracá. Nós, índios de verdade, somos os que ficarão!
É o nosso canto e o som de nossos maracás que seguram as armas dos brancos.
Não é de ontem que cantamos-rezamos, sempre levamos conosco o seu cato-reza.
Mas, se estes brancos não entregarem a nossa terra, eles se acabarão.
Esses homens só querem nos fazer sofrer, eles brincam com nossos sentimentos, mas, se eles continuarem suas 
ofensas nós revidaremos com rezas com a força das Sete Quedas, com o poder da Cruz do Longo Dizer!
Vamos convocar os exércitos celestiais.
Se os brancos vierem para nós de coração duro, cantaremos para eles músicas longas para eles não se enraivecerem.
Se pegarmos os costumes dos brancos, não seremos nada.
Os brancos não gostam dos nossos costumes. Eles valorizam mais sua própria cultura.
Se não valorizarmos a nossa cultura muitos podem querer a cultura do branco.
Mas nós não podemos aceitar os costumes dos brancos.
Nossa tradição é usar o maracá, é reverenciar as cruzes dos ancestrais.
Esse é o nosso costume.
Pronunciar nossos cantos festivos, rituais e sagrados, é nosso modo de ser.
Minha mãe nos deixou a sua reza, ...vou rezar um canto que ela nos ensinou.
Todo dia ao amanhecer e ao entardecer, ela nos ensinava e, sem isso, nós não somos nada.

Palavras ditas por Roberto - Aldeia Pirakua

Como estão tratando a terra?
Como vamos fazer para renovar a terra?
A alma desta terra está doente!
Para refazer a alegria da natureza, devemos dançar como antigamente para que nosso Pai faça parte da terra 
novamente.
Sempre pedimos com respeito ao nosso Deus.
Porque nós cantamos e dançamos bem?
Por causa de terra!
Esta terra está doente, por isso temos que rezar.
Nós temos que enfeitar bem as nossas vestimentas, enfeitar bem os nossos colares.
Com nossos enfeites vamos fazer dançar mais.
Com o som dos bastões de taquara vamos fazer dançar mais.
Nos conduzir pelos conhecimentos dos brancos, não podemos mais.
Nhanderu falou para nós que, se andarmos nesses saberes, essa terra não vai durar por muito tempo.
Assim, esta terra que nós sabemos ter, foi deixada por Nhanderu, nosso Deus.
Então vamos valorizar mais o nosso modo de ser.
Todos os dias temos que pedir pelo nosso jeito sagrado de ser.

(Canto)
Vem nosso irmão mais velho, vou te ensinar.
Vem , vamos acalmar nosso irmão mais melhor
Vem, vamos dançar!!
No céu da morada de Nosso Irmão Mais Velho
Levanta meus pés em direção ao céu.
Vem, meu irmão, vou te ensinar o caminho do céu.

Porque nós somos da mata, não existe outra forma.
Nós prestamos atenção em nós mesmos para aprender e é assim que nós descobrimos quem somos, por meio da palavra proferida.
Porque nós não temos a nossa palavra escrita, apenas oralmente, como diz o branco.
Só por meio da palavra dita é que nós podemos passar a nossa história uns para os outros.
É assim que nós somos.

Palavras ditas por Eupídio - Aldeia Potrero Guasu
Eu sou um índio. Minha pele é diferente, Mas o sentimento é o mesmo que os não-índios sentem.
Por tudo isso, cheguei à conclusão de que o que meus avós e tios passaram para mim era verdade.
Porque esse outro é igual a mim.
E assim podemos ter compaixão um do outro.
Nós não devemos nos sentir diferentes, temos que ser unidos como se cosêssemos da mesma panela.
Todos dividindo entre todos.
Segundo nossa tradição, tudo o que falamos tem que acontecer.
Isso quer dizer que algo vai acontecer porque eu estou colocando em palavras, e assim acontece com todas as palavras que pronunciamos.
É assim quando um xamã diz:
"Não vai para tal lugar, que isso vai te acontecer".
Era porque ele já tinha visto isso, que iria acontecer mesmo.
Se ele disser "não vá por ali, hoje você não pode ir"
Você tem que escutá-lo, porque ele já viu o que acontecerá na sua frente, coisas boas e ruins.
Os brancos tem o seu jeito de ser. Por isso que, para eles, foi deixado o papel e, para nós, foi deixado o maracá e o takua como o nosso início, pelo Nhande Jara.
Para os brancos foi deixada a Bíblia.
Eles já sabem tudo para se dirigirem com isso.
E,para nós, ele deixou o maracá.
Por meio disso nós sabemos muitas coisas.
E diziam os mais antigos: "O que sabemos é um para o outro"
Para mim só existe um Deus, e foi ele que deixou todas as coisas aqui na terra para nós.
As nossas coisas estão na mata, nós sabemos como usá-las.
Com isso nós andamos na linha certa até chegar onde ele está.

Palavras ditas por Atanásio - Aldeia Limão Verde
E então nós temos que fazer a dança para podermos plantar de novo.
Temos que plantar milho branco, temos que plantar batata doce, feijão.
Também temos que plantar banana, temos que plantar cana e da cana nós temos que fazer a bebida fermentada.
E, assim, nós temos que nos voltar para os nossos antepassados, que há tempos nós não saudamos.
Então...
Nós temos que levantar de novo o nosso  altar, o marangatu e dançar do jeito mais sagrado.
E nós temos que transmitir para os nossos filhos essas palavras perfeitas.
Nós falamos que, quando age a palavra má, as pessoas não se gostam, experimentam a raiva, ou seja, estamos contrariados uns com os outros e, quando isso acontece, o outro já fica bravo, então nós temos que esfriar essa palavra. Eu também tenho que esfriá-la. Para que essa palavra má desapareça, eu tenho que esfriá-la.
Depois que eu esfriar, vai sair a palavra boa. E não haverá mais a palavra má.
Daí em diante somente vão brotar palavras novas, palavras boas.
Então, daí em diante, Tupã virá abençoas.
Também virão outros Deuses para abençoar para que não exista mais a palavra má.
Devo fazer com que desabroche a criança.
Hei de fazer que desabrochem as mais belas crianças.
Eu te conto meu pai.
Hei de contar-te...
Hei de contar-te do dizer do takua da nossa avó no passado.
Até então meu antigo dizer
Até então o meu antigo dizer do meu maracá
Até então o antigo brilho da minha cruz que é abençoada ali no novo broto da antiga terra perfeita.
Então haverá dança e caminhada ritual até o lugar onde vai renascer a nossa terra.
Ali estaremos juntos novamente. Vamos dançar e serão arrumadas as casas.
Depois que esfriarmos, os Nhanderus vão trazer de volta os nossos animais de caça.
Então haverá de novo o Nahnderu, os nossos enfeites.
Haverá de novo o batismo da criança, o enfeite das crianças e a celebração do tembekua, a cerimônia de perfuração do lábio do menino.
Haverá a dança, o canto longo para celebrar novamente a colheita do milho verde.
Vão ser abençoados os canaviais, os mandiocais.
Vai ter tudo... Lá vai ter tudo de novo...

Hoje (out/2012), os Guarani-Kaiowá vivem em seu mundo uma crise sem precedentes.
Confinados em pequenas porções de terra e com os recursos naturais totalmente degradados, eles se veem diante de um momento de impasse.
Entre o enfrentamento pela terra e a manutenção da tradição a palavra Kaiowá busca formas de reversão dessa crise,

Fonte e vídeo: http://vimeo.com/34768557

Mbaraka – A palavra que age
from Tekoa Virtual Guarani

A partir de entrevistas com os xamãs nhanderu, e de registros dos seus cantos, danças e cerimônias, o filme aborda o universo dos cantos xamânicos por meio dos aspectos performáticos da palavra, da sonoridade, do gesto, da dimensão onírica e da vontade mobilizada pelo canto. Se a palavra pode ser história, mito e narrativa, entre os Guarani-Kaiowá ela também é poesia e profecia: um canto de esperança em um futuro melhor.

Produção: Anthares Multimeios
Realização: Edgar Teodoro da Cunha, Gianni Puzzo e Spensy Pimentel.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Leiam as palavras de gratidão dos líderes do grupo Aty Guasu

Nota pública de gratidão deixada no Facebook pelos líderes do grupo ATY GUASU, no dia 25/10/2012.


Nós Guarani e Kaiowá sobreviventes, que queremos muito sobreviver, vimos por meio desta simples mensagem prestar o nosso imenso agradecimento público para todos (as) cidadãos (as) do Brasil por ter inserido no seu nome e sobrenome Guarani e Kaiowá. Como é sabido, que Guarani e Kaiowá sozinho pode ser exterminado sim, porém, temos certeza que com a solidariedade humana verdadeira e apoio valioso de todos senhores (as) podem nos salvar das diversas violências anunciadas contra nossas vidas e sobretudo evitar a extinção étnica. Através desses gesto de amor a nossa vida, praticadas por vocês, nos trazem um pouquinhos de paz e esperança e espiritos de justiça verdadeira. Por fim, passamos a entender que que existem neste Brasil cidadãos (as) movidos pelo amor verdadeiro ao próximo e tem sede de exigir e fazer justiça. Não sabemos com qual palavra a agradecer a todos (as), apenas te falar , JAVY'A PORÃ, paz em coração de vocês, muito obrigado

Genocídio contra índios Guarani Kaiowá em Mato Grosso! (Fotos)

(ATENÇÃO – contém imagens fortes)
Massacre de Indios Guarani Kaiowá em Mato Grosso! Não feche os olhos!
Reproduzo, aqui, trechos de textos retirados dos blogs, em que estas fotos foram publicadas. A ideia é que mais e mais pessoas conheçam a realidade de povos que habitam conosco, o mesmo pedaço de chão e que têm os mesmos direitos que temos.

Estas fotos foram tiradas por um fotógrafo que não pode se identificar pois corre risco de morte. Se trata de um genocídio que está acontecendo no Brasil, não devemos fechar os olhos para esta gente que está sofrendo todo tipo de discriminação e violência. As crianças morrem de desnutrição e os adultos, por não vislumbrar saídas acabam se entregando à bebida ou se suicidam. A mortandade infantil é altíssima e os assassinatos também. 

Segundo o fotógrafo que nos encaminhou estas fotos a única possibilidade para estos índios é a interferencia de alguma instituição de peso ESTRANGEIRA de direitos humanos pois a MAFIA que está exterminando estos índios está infiltrada em várias instancias do poder e são poucos os que tem coragem de fazer alguma coisa pois estes mafiosos ameaçam e matam mesmo! 


Fonte: http://profcmazucheli.blogspot.com/2011/01/genocidio-contra-indios-guarani-kaiowa.html
          http://blog.dianaserra.com.br/genocidio-contra-indios-guarani-kaiowa-em-mato-grosso/

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A íntegra da carta dos Guarani-Kaiowá #GenocidioGuaraniKaiowa

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós.  Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para  jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.    

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O valioso tempo dos maduros


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui
para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas..
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam
poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir
assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo
de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência,
minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana,
muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com
triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua
mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Essa é a versão escrita originalmente por Mário de Andrade.

Mas...talvez por adorar jabuticabas, eu goste muito desta versão, escrita por Rubens Alves... eu diria que uma versão modificada. 

Meu tempo tornou-se escasso
Contei meus anos e descobri
Que terei menos tempo para viver do que já tive até agora....
Tenho muito mais passado do que futuro...
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de jabuticabas...
As primeiras, ele chupou displicentemente..............
Mas, percebendo que faltam poucas, rói o caroço...

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades...
Inquieto-me com os invejosos tentando destruir quem eles admiram.
Cobiçando seus lugares, talento e sorte.....
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas
As pessoas não debatem conteúdo, apenas rótulos...
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos...
Quero a essência.... Minha alma tem pressa....
Sem muitas jabuticabas na bacia
Quero viver ao lado de gente humana...muito humana...
Que não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade....

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Serviços de computação em nuvem já chegam a 375 milhões de usuários em 2012


Dados fornecidos pela firma de marketing IHS iSuppli revelaram que o número de assinantes de serviços de nuvem deve ultrapassar a projeção feita anteriormente, de 500 milhões até o final do ano.
Segundo o levantamento, o crescimento desse tipo de serviço na primeira metade do ano atingiu a marca de 375 milhões e rapidamente vem se tornando um dos serviços de maior adaptação de 2012. Jagdish Rebello, diretor da IHS, afirmou que armazenamento em nuvem é uma mudança radical com os benefícios trazidos tanto para os consumidores como para as empresas. “Enquanto o consumidor busca tais serviços para acessar seu conteúdo de forma rápida, as empresas buscam uma maneira de obter lucro com estes.”, completou.

E o futuro?
Para 2013, a projeção é de que mais de 675 milhões de pessoas desfrutem de pelo menos um serviço de nuvem. As gigantes de mercado obviamente já possuem os seus pedaços do setor: o Google com o GoogleDrive, Microsoft com o Skydrive, Apple com o iCloud. Existem também empresas menores, como o caso de Dropbox e SugarSync, que permitem espaços de até 5 GB de armazenamento de maneira gratuita e não devem nada as gigantes.

Fonte: ow.ly/euYd3

TransOS: primeiro sistema operacional em nuvem

TransOS: primeiro sistema operacional em nuvem

 Sistemas operacionais tradicionais, como Windows, Linux, Apple OS e outros rodariam como "janelas" do TransOS.[Imagem: Zhang/Zhou]


















Nuvens operacionais
Pesquisadores chineses estão criando o primeiro sistema operacional para a era da computação em nuvem.
A proposta é que, em vez de ter um sistema operacional, cada computador se transforme em uma espécie de terminal burro, buscando tudo o que precisa para rodar na nuvem - não apenas arquivos e programas, mas também comandos básicos de controle da máquina.
Yaoxue Zhang e Yuezhi Zhou, da Universidade de Tsinghua, batizaram seu sistema operacional baseado na nuvem de TransOS.

Independência do hardware
A ideia é uma mudança radical em relação ao paradigma atual, em que os desenvolvedores buscam aproximar-se o máximo possível do chamado "software aderente ao hardware", de modo que os programas tirem o máximo proveito das máquinas em que estão rodando.
Com um sistema operacional baseado na nuvem, o hardware seria irrelevante, e o computador não precisaria manter na memória grandes partes do sistema operacional que não estão sendo usadas.
Nesse caso, Windows, Linux, Apple OS, ChromeOS e outros sistemas operacionais rodariam como "janelas" do TransOS.

Cloudbooks
O código do sistema operacional é armazenado em um servidor na nuvem, permitindo a conexão de "terminais". O conceito de terminal é comum nos ambientes de mainframes, onde máquinas sem muitos recursos de hardware acessam sempre o computador central.
Mais recentemente, tentou-se reinventar o conceito com os netbooks, que, na prática, tornaram-se apenas computadores menores.
Para se ligar ao sistema operacional em nuvem, um netbook, ou como venha a ser chamado o terminal burro - cloudbook, por exemplo - precisa de um software mínimo para dar o boot e conectar-se à rede dinamicamente.
O TransOS envia-lhe então o código para dar acesso às opções abertas ao usuário - o que pode ser um emulador Windows ou Linux.
Os programas são acessados normalmente, chamando o TransOS apenas quando necessário.

Sistema operacional para geladeiras
Aplicativos em nuvem têm ganho espaço, prometendo facilidade no acesso de aplicativos e arquivos, que podem ser lidos de qualquer computador com acesso à internet. Outra vantagem é que o software pode ser mantido atualizado, sem qualquer preocupação do usuário.
Os pesquisadores chineses defendem que retirar o sistema operacional inteiro do computador e levá-lo para a nuvem é o próximo passo lógico.
Eles sugerem também que o TransOS não ficará limitado aos computadores pessoais, oferecendo capacidades que poderão ser acessadas por aparelhos móveis, como tablets e smartphones, e até por aparelhos domésticos, como geladeiras e máquinas de lavar.

Bibliografia:
TransOS: a transparent computing-based operating system for the cloud
Yaoxue Zhang, Yuezhi Zhou
International Journal of Cloud Computing
Vol.: 1, N. 4, 287-301
DOI: 10.1504/IJCC.2012.049763

Fonte: http://bit.ly/RB37LQ

domingo, 14 de outubro de 2012

Meu pai, meu professor: um exemplo de vida


Meu professor, meu exemplo, um herói para mim.
Foi quem me ensinou, não somente Português, Matemática, História, mas também ensinou-me valores de vida, ensinou-me que a vida tem de ser vivida intensamente, haja vista que ele, aos 79 anos continua extremamente ativo.
Ensinou-me a ter paciência, a refletir sobre minhas escolhas, a pensar duas vezes antes de decidir, mas também, com seu exemplo, mostrou-me que vale a pena arriscar. Este meu professor é tudo para mim. Este professor é meu pai! Obrigada, papai!

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Vou-me Embora pra Pasárgada (Quem vai comigo?)


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.

manuel bandeira

(Extraido do documentario de Joaquim Pedro de Andrade, 1959)

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Você está fazendo o que ama agora?



Você está fazendo o que ama, neste momento?
Não?
Então comece!
O relógio está correndo e sua vida está com pressa.
Descubra o propósito de sua vida e faça acontecer.
Amar o seu trabalho vai lhe colocar em movimento.
É o único jeito de viver uma vida plena.
Todos os dias!